17/08/2010 - 13h55

Russomanno repete "dobradinha" com Mercadante para atacar Alckmin

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Russomanno e Mercadante atacam Alckmin, líder nas pesquisas

    Russomanno e Mercadante atacam Alckmin, líder nas pesquisas

Candidato do PP ao governo do Estado de São Paulo, o deputado federal Celso Russomanno teve sua atuação no debate Folha/UOL desta terça-feira (17) marcada pela "dobradinha" com o candidato do PT, o senador Aloizio Mercadante. Ao longo do encontro, ambos demonstraram entrosamento na hora de criticar Geraldo Alckmin (PSDB), líder nas pesquisas de opinião de voto.

Referindo-se ao petista como "Aloizio", Russomanno focou suas críticas no ex-governador de São Paulo. Ora questionado, ora respondendo a perguntas do senador, o candidato do PP deu atenção especial à gestão tucana nas áreas de segurança e educação.

A "aliança" repetiu uma estratégia já vista no último debate, promovido na semana retrasada pela Rede Bandeirantes, quando os dois trocaram elogios e criticaram Alckmin de maneira semelhante.

Mais cedo, o deputado federal Paulo Maluf (PP) esquivou-se ao ser questionado sobre a "dobradinha". "Se teve, pelo partido não passou", disse o ex-prefeito de São Paulo. "Se a revelia do partido alguém fez algum acordo espúrio, terá consequências futuras: investigação, conselho de ética...", afirmou.

Ex-candidato a governador pelo extinto Prona e hoje candidato a deputado estadual pelo PP, Robson Malek disse não acreditar na "dobradinha" e elogiou a atuação de seu correligionário no debate. "Essa questão da progressão continuada, por exemplo, eu mesmo já havia criticado em 1998", afirmou. Ele atribuiu à liderança de Alckmin nas pesquisas os ataques conjuntos de Russomanno e Mercadante.

O próprio Russomanno chegou a ser indagado sobre a "aliança", a qual refutou. "Quem está no governo tem o bônus e o ônus", disse, em referência à confluência de ataques na figura de Alckmin. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada na última sexta-feira (13), Alckmin tem 54% das intenções de voto, contra 16% de Mercadante e 11% de Russomanno.

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Apoio de Maluf

"Maluf não apoiou só o Pitta. Apoiou PT em São Paulo, o governo do PSDB quando Alckmin era vice na chapa de Covas. Todo mundo quer o apoio dele, porque ele tem voto" afirmou Russomanno, ao ser questionado sobre o apoio de Paulo Maluf. "Ninguém pode negar que ele foi um bom administrador, que ele tem visão de futuro (...) Agora, quem vai governar São Paulo é o Celso Russomanno", disse.

Segurança e educação

"Nós estamos criando a exclusão social", disse o candidato, ao falar sobre a qualidade das escolas no Estado. "Não adianta nada ter Fatec e Etec se o aluno que vai para essas escolas vem da escola particular. Eu desafio o candidato do governo a visitar uma Fatec e perguntar aos alunos de onde eles vieram - eles vão dizer que vieram da escola particular", disse.

Russomanno afirmou que irá representar contra o secretário de Educação do Estado por "crime de responsabilidade", uma vez que, segundo o candidato do PP, o PSDB não cumpriu a Lei de Diretrizes e Bases em São Paulo.

Assumindo um papel mais incisivo que o de seu homólogo petista, Russomanno acusou a gestão tucana de "maquiar" números para reduzir as estatísticas de criminalidade no Estado. "O que o Alckmin esqueceu de dizer é que os índices subiram no governo dele", afirmou.

Nota Fiscal paulista

O candidato também criticou a Nota Fiscal paulista, projeto implementado por José Serra (PSDB) quando governador do Estado e que dá créditos em dinheiro para as pessoas que solicitam o documento ao comprar quaisquer produtos no Estado. Ele prometeu entrar com uma representação no Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) para averiguar o fato. "Eu sou a favor da nota fiscal como exercício da cidadania, e não como publicidade enganosa", disse.

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