17/08/2010 - 13h43

Alckmin se defende com números, e Dona Lu despeja posts no Twitter

Rodrigo Bertolotto
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Geraldo Alckmin (centro) veio com números decorados para se defender dos adversários

    Geraldo Alckmin (centro) veio com números decorados para se defender dos adversários

O candidato Geraldo Alckmin (PSDB) tinha as perguntas aos adversários já prontas, números decorados na cabeça e só sentou no banco atrás do púlpito no final do debate Folha/UOL para o governo de São Paulo. Tudo para se defender de Aloizio Mercadante (PT) e Celso Russomanno (PP), afinal, é líder nas pesquisas, o candidato da situação e o alvo preferido de ambos.

Nos intervalos, enquanto o tucano recebia as instruções do estrategista de campanha Felipe Soutello, Lu Alckmin, mulher do candidato, aproveitava para colocar no microblog Twitter mensagens de apoio ao marido. “Adoro tuitar. Tento passar a emoção que eu sinto na hora. Já escrevi dois posts no caminho e dois no primeiro bloco. É para mostrar o orgulho que eu tenho. Ele é muito inteligente. Só peço que Deus o ilumine”, disse a ex-primeira dama do Estado, ao lado de sua filha Sofia, que navegava também em seu IPhone, sem postar nada.

Os “parabéns cibernéticos” não chegavam ao marido candidato. Nos intervalos, ele só ouvia as indicações de sua equipe. “O Mercadante e o Russomanno estão conversando entre eles e batendo no Geraldo, mas ele está fazendo os reparos necessários com tantos ataques”, opinou Soutello sobre o debate.

O “dois contra um” do debate desta terça-feira acabou gerando vaias e risadas da plateia, reações aos elogios mútuos dos concorrentes do PT e PP e às farpas em direção ao rival do PSDB.

“Eles batem, batem e batem, afinal, é a única forma deles cresceram na campanha. Mas acho que não está dando certo”, afirmou Sidney Beraldo, o coordenador da campanha tucano.

Em três momentos, Alckmin voltou ao tema de blocos e perguntas anteriores para se defender. Postado no meio de seus oponentes, ele apontou para os rivais, sorriu e disse: “Eu tenho que responder para os dois aqui.” Na mesma resposta, rebateu críticas nas áreas de segurança e transporte.

Para tantas defesas, Alckmin usou sua principal arma: a facilidade para os números. Ele despejou porcentagens, posições em rankings, totais e subtotais de estatísticas. Isso também foi usado para driblar perguntas. Quando questionado por Russomanno sobre os baixos salários dos professores, Alckmin disparou algarismos sobre educação e escolas e nem citou os honorários dos mestres paulistas.

“Eu falo números porque, de outra forma, as propostas ficam muito vazias”, afirmou o tucano sobre sua propensão às cifras. Outra técnica de Alckmin é soltar frases-chaves ao longo das perguntas, do tipo “criticar é fácil”, “agressão não leva a nada” e “governar é escolher”.

Para as perguntas aos rivais, Alckmin tinha uma brochura com as questões já prontas. Em uma delas, esboçou uma crítica ao governo federal pelo atraso na reforma e construção de aeroportos. Nas outras perguntas, o ex-governador aproveitou para falar sobre seus temas prediletos (o médico Alckmin gosta de discorrer sobre saúde e saneamento básico) e destacar obras de seu governo e de seu sucessor no Estado, José Serra.

Nas considerações finais, o tucano voltou a criticar o governo federal e aproveitou para defender Serra, o candidato de seu partido à Presidência, que perdeu o primeiro posto nas pesquisas de opinião recentemente. “Não preciso defender o Serra. Ele é um candidato que anda pelas próprias pernas. Só posso ajudá-lo”, afirmou ao final do debate.

Alckmin avaliou que o debate Folha/UOL repetiu o cenário de debate anterior. “Na TV Bandeirantes, os dois vieram com agressões, enquanto nós falamos de futuro. Mas eu não vou aumentar o tom da discussão”, finalizou.

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