No segundo bloco do debate entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT) trocaram acusações sobre os investimentos em aeroportos e a questão dos pedágios no Estado.
Alckmin criticou a situação nos aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas). O candidato petista apontou o esvaziamento do interior do Estado para justificar a situação atual dos aeroportos perto da capital. Segundo Mercadante, o governo estadual apenas espalhou presídios e pedágios pelo interior e não investiu no setor rodoviário, deixando de lado a revitalização das linhas ferroviárias e prejudicando o andamento do trem-bala. “Tem que ter projeto de desenvolvimento, como o governo Lula”, disse o petista.
“Não tem política de desenvolvimento no interior para não precisar se deslocar até a capital”, disse Mercadante, criticando, mais uma vez, os pedágios excessivos no Estado.
Alckmin, por sua vez, disse que Mercadante só tem críticas e não apresenta propostas. “Nem o terceiro terminal foi feito em Congonhas. Em Viracopos não tem nem pátio de estacionamento”, apontou Alckmin.
O candidato petista acusou o tucano de não investir nos projetos para a Copa-2014, citando a demora em licitar o trem-bala. “Vocês só foram rápidos para fazer pedágios, e não para investir no setor rodoviário”, acusou Mercadante.
Privatização
Ao comentar a situação educacional no Estado, Mercadante tocou na questão da privatização e disse que só há qualidade no ensino para quem pode pagar. “O governo do PSDB tem fixação por privatização." Alckmin foi tachado de privativista duramente a disputa contra Lula pela Presidência, em 2006.
O candidato do PP aumentou o coro e disse que os alunos de escola pública estão excluídos e que os professores recebem mal, além de criticar a progressão continuada. Segundo Russomanno, “estamos criando exclusão social”. Ele afirma que quando o aluno sai da escola pública e não consegue entrar numa escola técnica. “Não adianta o aluno não conseguir entrar, e só o de escola particular conseguir.”
Em réplica, Mercadante disse que Alckmin transfere responsabilidades ou para o governo federal ou para o setor privado.
Segurança pública
Em sua pergunta, Celso Russomanno (PP) criticou a falta de estrutura da polícia e os altos índices de criminalidade no Estado. Alckmin bateu na tecla que o governo tucano diminui os homicídios. Ele cito ainda que construiu as três primeiras penitenciárias de segurança máxima do Estado e aumentou as vagas no sistema prisional.
Russomanno, em sua tréplica, afirmou que os números estão maquiados porque o governo não contabiliza mortos em hospitais após conflitos, por exemplo.
Mercadante (PT) e Celso Russomanno (PP) aproveitaram o primeiro bloco do debate promovido nesta terça-feira (17) pelo jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL para atacar as áreas de saúde, segurança e da educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Por sua vez, o tucano resolveu atacar a falta de investimentos do governo federal em sua gestão
Debate inédito
O jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL promovem nesta terça-feira (17) um debate inédito pela internet entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo. Geraldo Alckmin (PSDB), Aloizio Mercadante (PT) e Celso Russomanno (PP) participam do encontro no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), com transmissão ao vivo pelo UOL.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (13), o candidato do PSDB lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, com 54% das intenções de voto, contra 16% do petista e 11% de Russomanno.