25/05/2010 - 14h20

Serra nega que últimas pesquisas imponham Aécio como vice

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília
  • José Serra aproveita encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria para negar especulações sobre escolha de Aécio Neves como vice-candidato nas eleições 2010

    José Serra aproveita encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria para negar especulações sobre escolha de Aécio Neves como vice-candidato nas eleições 2010

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, negou nesta terça-feira (25) que o equilíbrio entre ele e a petista Dilma Rousseff nas últimas pesquisas - algumas indicam vantagem da petista - tenha relação com a falta de um nome para vice da chapa dele ou com a demora na possível indicação do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves para o posto.

“Não reforcei nem 'desreforcei'. Não há nada nas pesquisas que imponha que tem que ser Aécio ou não (...) Isso que está acontecendo agora nas pesquisas não tem nada a ver uma coisa com a outra. (...) Não estou entrando nisso. Nunca desenvolvi nenhum tipo de pressão, nem num sentido nem no outro”, disse o tucano em entrevista durante evento realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília.

Durante a conversa com os jornalistas, Serra negou que esteja adotando um tom mais agressivo em sua campanha e que as críticas ao atual governo são as mesmas de três anos atrás. Uma delas é a falta de maior agressividade nos tratados comerciais, que poderiam ter feitos em maior quantidade.

Álbum de fotos

“Em sete anos e meio, não negociamos rebaixamento de tarifa no comercio com o Mercosul”, afirmou. O presidenciável, no entanto, pretende manter o avanço nas relações com os países africanos, o que destacou como boa iniciativa da gestão petista.

O ex-governador de São Paulo pediu melhoria na gestão como forma de aumentar os recursos para investimentos de interesse da população. "Na área federal, a obesidade dá até gosto. Puxa vida, como dá para aumentar a eficiência", disse, arrancando aplausos da plateia.

Serra disse também que o Banco Central deve se integrar à política do governo porque as taxas de juros e câmbio devem "ter um alinhamento melhor" no país.

"Não posso ter um ministro da Fazenda em disputa com o presidente do Banco Central e vice versa. Não há governo que funcione bem assim", afirmou o tucano, que responsabilizou a política macroeconômica pela redução da importância da indústria no Produto Interno Bruto (PIB).

PIS e Cofins para saneamento

O tucano reclamou da alta tributação sobre os financiamentos de obras de saneamento e disse que tomará como primeira medida, caso seja eleito, acabar com a cobrança do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre esses investimentos.

“Vocês sabem de quanto foi o aumento dos impostos sobre os investimentos em saneamento básico neste governo? Subiu de 3,5% para 7%. Por ano, esse aumento significa R$ 2 bilhões que poderiam ser investidos”, disse Serra.

Relações com exterior

Apesar de defender a soberania e a autodeterminação dos povos, se eleito, o tucano promete trabalhar mais nas atividades que apontam na direção do respeito aos direitos humanos no mundo que, segundo ele, poderiam ter sido melhor trabalhadas nos dois mandatos do governo do PT (2002-2006 e 2007-2010).

Já em relação ao Irã, José Serra demonstrou ressalvas, mesmo torcendo que para que o recente acordo nuclear entre Brasil, Turquia e a República Islâmica dê certo.

“Não desconfio das intenções do governo brasileiro, o que eu desconfio é do parceiro de negociação. [O presidente iraniano Mahmoud] Ahmadinejad, digamos, é uma pessoa que é do time. Nos anos 30, você tinha time de ditadores (...) Ele é deste time. Não é um regime para a gente confiar. Eu tenho muita desconfiança e já vi que condena a forca manifestantes de outro governo e até jornalistas”, disse Serra.

(Com informações da Reuters e da Agência Brasil)

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