25/05/2010 - 11h28

Dilma defende desoneração e diz que tributária é "reforma das reformas"

Do UOL Eleições
De São Paulo
  • Sou inteiramente favorável à questão da reforma tributária. Assumo compromisso com ela, porque ela é de fato um elemento essencial; é a reforma das reformas, diz Dilma Rousseff

    "Sou inteiramente favorável à questão da reforma tributária. Assumo compromisso com ela, porque ela é de fato um elemento essencial; é a reforma das reformas", diz Dilma Rousseff

Diante de uma plateia de empresários, a presidenciável petista Dilma Rousseff garantiu, nesta terça-feira (25), que irá defender a reforma tributária, mas não excluiu ações apenas pontuais. "temos de tentá-la de forma ampla e geral. Mas isso não impede que medidas pontuais sejam tomadas mais rapidamente. Senão a gente gasta uma energia política excessiva e não consegue nem uma coisa nem outra", disse.

A petista defendeu ainda que a cadeia produtiva de bens de capital precisa de desoneração. "Nós devemos completar a desoneração de bens de capital, permitindo que haja o aproveitamento imediato dos créditos de PIS/Pasep, Cofins, IPI. Hoje eles vazam e não são considerados. Que haja desoneração de bens de capital e de todos os elementos que participam dos investimentos e das exportações", afirmou Dilma.

Ela chegou a criticar a postura adotada antes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de corte de gastos públicos de forma “ampla, geral e irrestrita”. “Era a política de cortar, doa a quem doer. Quando entrei no Ministério de Minas e Energia, uma pasta técnica, percebi que havia um engenheiro e 11 motoristas. Não tenho nada contra os motoristas, mas é irracional ter um ministério extremamente técnico, que trata de questões de geração de energia, petróleo e gás, funcionando sem engenheiros”, disse Dilma.

A pré-candidata participa do Encontro da Indústria com os Presidenciáveis, promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta terça-feira (25) em Brasília (DF).

Ao longo do evento, Dilma e os outros dois principais presidenciáveis, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), sentaram-se lado a lado para ouvir reivindicações de empresários e falar sobre suas propostas para a política industrial do país.

Classe média

Álbum de fotos

"Nós criamos uma nova classe média", afirmou, a presidenciável, que defendeu o fortalecimento do mercado interno promovido durante o governo Lula, do qual foi ministra da Casa Civil e das Minas e Energia. "O combate à miséria extrema e o fortalecimento do mercado interno caracterizam esse momento [de crescimento econômico]", disse. "Esse mercado interno robusto permite, pela primeira vez, que as pessoas subam na vida", afirmou.

"Pela primeira vez o Brasil teve um posicionamento sólido diante da crise, e pela primeira vez nós tivemos também uma política [econômica] anticíclica", disse a pré-candidata, em referência à postura do governo federal de aumentar os gastos públicos em meio à crise financeira que atingiu o mundo a partir do final de 2008. Ela atribuiu à política industrial do governo Lula o aumento da formalização do trabalho, e defendeu a criação de um "ministério específico para micro, pequenas e médias empresa no país".

"Nosso compromisso para transitar de uma nação emergente para desenvolvido deve passar pela erradicação da miséria", afirmou. "Que no horizonte de uma geração nós dupliquemos a renda per capita mas, sobretudo, que o piso de renda no Brasil seja o da classe média; nosso objetivo é que o Brasil seja, no mínimo, de classe média", disse.
 

Educação

"Priorizar a agenda da educação é estratégico", disse a petista. "Agora, se fará isso primeiramente ampliando a capacitação profissional", disse, antes de mencionar o crescimento econômico como responsável pelo aumento da demanda de mão de obra especializada.

Dilma defendeu uma "descentralização" do ensino profissionalizante no país, e também buscou aproximar os empresários da Universidade. "Aqui no Brasil o ensino superior brasileiro é essencial para que empresas associem-se a projetos e criem tecnologias que possam ser usadas nos processos industriais do país", disse.

A ex-ministra da Casa Civil reiterou ainda que, se eleita, não irá revisar contratos assinados por administrações anteriores. "Qualquer política de revisão de contratos diminuirá o crescimento do país e criará uma turbulência generalizada", afirmou.

Pelo lado do empresariado, participaram André Gerdau, diretor do grupo Gerdau; Robson Braga, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais; Frederico Fleury Curado, presidente da Embraer; e Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

Também estão presentes Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa); e a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), além do deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da CNI, dentre outros.

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