17/08/2010 - 19h55

Leia a íntegra do primeiro bloco do debate entre candidatos a governador de SP

BLOCO 1

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: A Internet mudou o mundo da comunicação e o Brasil também mudou, acho que não é nenhum exagero dizer que os debates Folha e UOL são um marco da história política e da comunicação social no Brasil.

Pela primeira vez os candidatos se enfrentam no debate ao vivo pela Internet. Jornalistas e eleitores se focam muito no debate presidencial, é a jóia da coroa, o prato principal, a gente acaba se esquecendo que o Governador do Estado tem muito mais influência, as decisões dele têm muito mais efeito na nossa vida prática, no nosso dia a dia, do que as decisões do Presidente da República.

Pela primeira vez qualquer cidadão poderá enviar perguntas online aos candidatos, todas essas perguntas estão disponíveis na Internet para que os candidatos respondam hoje ao vivo ou depois. Esse debate Folha-UOL Online pensou, não, a gente tem que saber também, tem que mostrar para o internauta, o potencial eleitor, o que os candidatos do Governo Estadual estão pensando, o que pretendem fazer se eleitos, não adianta só a gente saber fazer um raio x muito bem feito dos candidatos ao cargo principal e deixar de lado esse cargo tão importante, o cargo do Governo do Estado de São Paulo.

Nunca antes na história desse país um debate foi transmitido ao vivo, também no facebook, pelo twitter, pelo bate papo UOL, o público vai se manifestar livremente, sem censura, sem barreiras, e no seu ambiente preferido, junto com seus amigos, numa escala nunca antes imaginada. E a Internet entra com muita força nesse debate sobre o debate, porque você tem alguma dúvida que as pessoas vão pegar trechos da fala de um candidato e mandar email para todo mundo, mandar twittar, botar no Orkut.

O debate online Folha-UOL é a nossa forma de celebrar a democracia, também é a nossa forma de celebrar a inteligência coletiva da Internet, o trabalho colaborativo e os quinze anos da Internet no Brasil. Bem vindos. Bom dia. A Folha de São Paulo e o UOL têm o prazer de receber todos para este que é o primeiro debate online entre candidatos ao Governo do Estado de São Paulo.

O debate está sendo transmitido ao vivo pela Internet e terá aproximadamente duas horas de duração, haverá seis blocos separados por intervalos de cerca de cinco minutos cada. Como se trata de um evento hospedado na Internet, o maior número de perguntas será de internautas que enviaram centenas de questões gravadas em vídeo.

O UOL atinge mais de 70% dos internautas brasileiros, mas este é um evento democrático e livre como a Internet, por essa razão o sinal de vídeo deste debate histórico foi colocado à disposição de todos os veículos na Internet que tiveram interesse em transmitir o encontro. Este evento inédito só está sendo possível porque a lei eleitoral foi alterada em 2009, só então a internet passou a ter no Brasil liberdade plena para organizar debates eleitorais e por essa razão o critério utilizado foi o de ter hoje aqui presente os três candidatos cujo a pontuação na pesquisa Datafolha fica acima ou no patamar dos 10%, os candidatos ao Governo do Estado de São Paulo convidados são os seguintes: Aloizio Mercadante do PT, Geraldo Alckmin do PSDB, Celso Russomano do PP.

A Folha de São Paulo e o UOL agradecem a presença dos três candidatos e ressaltam que todos os outros postulantes ao palácio do Bandeirantes também têm e terão ampla cobertura jornalística durante esta campanha. São os seguintes os outros candidatos ao Governo de São Paulo: Paulo Skaf do PSB, Fábio Feldmam do PV, Anaí Caproni do PCO, Igor Grabois do PCB, Luiz Carlos Prates, o Mancha, do PSTU, Paulo Bufalo do PSOL.

Também ficou acertado entre os candidatos aqui presentes e organizadores, que não serão permitidas ofensas à honra e à dignidade, todos vão procurar claro manter um bom nível de discussão, mas se for o caso, quem for ofendido terá direito à responder, em caso de dúvida a decisão será de um comitê arbitral composto por Marion Strecker, diretor de conteúdo do UOL, Vinícius Mota, Secretário de Redação da Folha e a advogada Taís Gasparian.

Agora terá o início o primeiro bloco cujo as regras são as seguintes: no primeiro bloco o candidato pergunta para candidato, cada candidato fará um pergunta e responderá à outra pergunta obrigatoriamente. De acordo com o sorteio prévio ficou defino que Aloizio Mercadante fará a primeira pergunta e terá um minuto para formular sua questão, Mercadante escolhe quem vai responder. O candidato que responde terá dois minutos, quem perguntou terá direito a réplica de um minuto e meio e quem respondeu terá o mesmo um minuto e meio para a tréplica. Depois de Mercadante vão perguntar nesse primeiro bloco, Geraldo Alckmin e Celso Russomanno. Candidato Aloizio Mercadante, bem vindo, o senhor tem um minuto para formular sua pergunta e dizer quem vai respondê-la.

[Aloizio Mercadante - Candidato do PT]: Queria primeiro dar bom dia a todos vocês, parabenizar a UOL e a Folha, dizer que escolheram muito bem o Tuca, que foi um grande palco da luta pela democracia no Brasil, para inaugurar esse novo ciclo na Internet. Mas eu quero encaminhar minha pergunta ao Geraldo Alckmin.

Toda vez que a gente apresenta uma crítica ao seu Governo, ao PSDB nesses dezesseis anos, você diz que a responsabilidade é do Governo Federal, inclusive no ultimo debate o senhor chegou a dizer que não havia um único centavo do Governo Federal para a saúde em São Paulo nas construções de hospitais.

Nós ajudamos a viabilizar 580 milhões de reais. E eu li o trecho que o Serra falou sobre a sua gestão na área da educação. “Inexistência ou insuficiência de espaços físicos, insuficiência de material de consumo, falta de funcionários, inclusive para coordenação pedagógica e déficit docente e falta de parâmetros curriculares”. Quem é que tem razão, o Serra, nós, os professores, os alunos que estão insatisfeitos com a educação ou você que insiste em defender o que eu considero indefensável?

[Geraldo Alckmin - Candidato PSDB]: Olha, eu quero cumprimentar o Fernando Rodrigues, nosso mediador, os candidatos, Senador Mercadante e Deputado Russomanno, quero cumprimentar aqui os presentes, cumprimentar vocês internautas, destacar a importância desse debate, o primeiro debate com todas as mídias, especialmente na Internet, estarmos aqui na PUC, foi o palco importante de defesa da Democracia, de enfrentamento com as forças da ditadura, e responder ao candidato Mercadante de que eu disse no último debate da Band é que a saúde não é prioridade do PT e disse que a cidade de São Paulo, onde o PT governou, não construiu um hospital, disse mais, não é que não construiu um hospital, não fez uma cama para o SUS, e disse que nós do PSDB construímos 30 hospitais no Estado de São Paulo.

Hospitais do tamanho do instituto do câncer, do ICESP, hospitais como o de Santo André, Hospital Mário Covas, 32 AMES no Estado de São Paulo, e quero dizer em relação ao Governo Federal, de que o Governo Federal tem diminuído o financiamento para o SUS no Brasil e em São Paulo. No Brasil reduziu de 52% para 44% o financiamento do SUS, no Estado de São Paulo é mais preocupante, porque já era 35% e reduziu para 31% o financiamento do SUS, em compensação o Estado aumentou de 25 para 29% e os municípios, chegando a quase 39%, ou seja, realmente o PT, que tem o dinheiro Federal, dilui a sua participação, não prioriza a saúde e governar é escolher, e aqui em São Paulo onde o PT foi governo ele não fez nenhum hospital.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Aloizio Mercadante, um minuto e meio para a sua réplica.

[Aloizio Mercadante - Candidato PT]: Ele tratou a educação como tratou o seu governo nessa resposta, ele não falou da educação, eu perguntei do relatório sobre a educação se você continuaria defendendo o que eu acho que é indefensável, atuação automática, os alunos passam sem aprender, o fato de metade dos professores não terem feito concurso até hoje, depois de dezesseis anos do seu governo, o Secretário de Educação é o mesmo de 83, 84 a 2010, 27 anos depois nós temos o mesmo secretário, concursos não foram feitos, o salário, três Estados mais pobres pagam salários melhores do que São Paulo que é um Estado muito mais rico e no entanto você tratou o tema da saúde, eu só vou ler a matéria da Folha de hoje, da Laura Capriolli: "É de estarrecer a forma como se comporta o Estado de São Paulo quando o assunto é educação".

Eu acho que é de estarrecer, para mim essa é a questão central do futuro do PIS e vocês não tem apresentado políticas para melhorar a qualidade de ensino, os dados demonstram isso, nós precisamos profissionalizar os professores, valorizar, investir na qualidade de ensino, ter um ensino médio profissionalizante. Quanto a saúde, nós passamos os recursos de 4 bilhões e 200 milhões no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso para 9 bilhões e 200 milhões de reais, são as transferências para a área da saúde, e nove hospitais foram construídos com o Governo Federal em São Paulo, nove hospitais no nosso Estado de São Paulo, é praticamente o dobro do recurso que o governo de vocês repassava.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Um minuto e meio para a sua tréplica.

[Geraldo Alckmin - Candidato PSDB]: Olha, lamentavelmente, como médico, o PT não prioriza saúde e diminuiu a sua participação no financiamento da saúde, que é hoje o maior problema brasileiro, esses são os números nominais, percentualmente diminuiu. Em relação à educação, é muito fácil falar mal, agora dinheiro do FUNDEB para São Paulo, zero, aliás, o Governo Federal criou um fundo que ele entra com 5%, 95% é dinheiro dos Estados e dos municípios.

São Paulo vem avançando, os alunos estudavam três horas e meia, hoje estudam cinco horas/aula, no meu governo nós fomos o primeiro Governo a todos os professores terem nível superior e cumprindo a lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, expandimos as ETEC's e FATEC’s, somos o primeiro colocado no IDEB, que é um avaliação Federal, da quinta a oitava série, primeiro lugar no país, os Estados governados pelo PT são os últimos, somos o segundo lugar do IDEB da primeira a quarta série e o terceiro lugar do IDEB no ensino médio. E me admira como o PT mudou, né, quem criou a educação continuada foi um dos maiores educadores brasileiros, Paulo Freire, no governo do PT e que depois o PT voltou à Prefeitura de São Paulo e que também não mudou. Então nós vamos sim avançar na educação, valorizando o professor e avançando passo a passo.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Geraldo Alckmin, o senhor continua com a palavra e tem agora um minuto para formular sua pergunta e necessariamente deve perguntar ao candidato Celso Russomanno.

[Geraldo Alckmin - Candidato PSDB]: A minha pergunta ao candidato, deputado Celso Russomanno, é sobre saneamento básico, uma das questões mais importantes para a saúde é água tratada, água de qualidade, grande parte das doenças são adquiridas por via hídrica, né, de outro lado a coleta e o tratamento de esgoto. Nós avançamos aqui no Estado de São Paulo, temos praticamente 100% de água nos municípios operados pela Sabesp, universalizamos o atendimento à água e avançamos bastante na questão do esgoto, com o projeto Onda Limpa na Baixada Santista, 1,4 bilhão de reais foi investido e será até no ano que vem, para a coleta e tratamento de esgoto. Qual a sua proposta para o saneamento básico em São Paulo?

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Russomanno, sua resposta em dois minutos.

[Celso Russomanno - Candidato PP]: Geraldo, me causa estranheza os números que você fala aqui, porque existe uma lei estadual em que o Governo do Estado de São Paulo não deixa que seja mudado, que obriga a Sabesp a só coletar esgoto e não tratá lo e é claro que a maioria do esgoto do Estado de São Paulo não está tratado como deveria estar tratado, principalmente das cadeias, dos presídios, que é jogado a céu aberto, existem denúncias e mais denúncias a respeito disso e a Sabesp nunca cuidou do esgoto.

Se nós falamos de qualidade de vida nós estamos falando em primeiro lugar da qualidade da vida das pessoas e da saúde das pessoas, o senhor como médico deveria saber que o esgoto deve ser tratado e a Sabesp não faz isso, como também não faz cuidar do consumidor, pois a Sabesp não tem na rede de abastecimento ventosas, ventosas que eliminam ar da rede de distribuição, chega em determinados lugares e no fim das redes a mandar para o consumidor 40%, 40% de ar na rede de distribuição, lesando o consumidor duas vezes, uma na entrada da água e outra na saída, porque nós pagamos o esgoto na quantidade da água que entra, se não entra água e entra ar, nós estamos sendo lesados.

Então eu fico muito triste em ver que a Companhia de Água do Estado de São Paulo não dá exemplo, seguindo a Legislação Brasileira, evitando que as pessoas sejam vítimas, em qualquer país do mundo se uma companhia de água entregar ar em vez de entregar água na rede de distribuição, ela é autuada, aqui órgão fiscalizador do seu governo nunca autuou a Sabesp pela entrega de ar em vez de água.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo – UOL]: Candidato Geraldo Alckmin, sua réplica.

[Geraldo Alckmin - Candidato PSDB]: Olha, quero dizer que o saneamento básico é prioridade, se Deus quiser, do meu futuro governo. São Paulo universalizou o abastecimento de água, água de qualidade, água tratada, evitando muitas doenças que se contraem por via hídrica, especialmente doenças no aparelho digestivo, nós temos metade dos municípios operados pela Sabesp, 300% de saneamento, 100% de água tratada, 100% de esgoto coletado e 100% de esgoto tratado e temos ainda municípios que nós estamos mais atrasados.

Fiz um programa chamado Água Limpa para ajudar os municípios até 50 mil habitantes que não são operados pela Sabesp e que não tinham estação de tratamento de esgoto, foi um sucesso esse programa, o Onda Limpa na Baixada Santista vai despoluir as nossas praias e vamos ter um novo financiamento de 600 milhões de dólares para fazer mais uma etapa do projeto Tietê, pegando especialmente a região sudoeste do Estado de São Paulo, 1,5 milhão de pessoas na região metropolitana terão o esgoto coletado e o esgoto tratado e São Paulo coleta hoje 83% e trata 74% do esgoto.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Celso Russomanno, o senhor tem agora um minuto para a sua tréplica. Na verdade um minuto e meio.

[Celso Russomanno - Candidato PP]: Não é verdade que o esgotado é tratado, tanto não é verdade que o Governo do Estado de São Paulo não deixa mudar a lei, mantém a lei da forma como está, obrigando só a Companhia de Água a retirar o esgoto da casa do consumidor, mas não tratá lo, joga no meio ambiente.

Tratar saúde com qualidade não é jogar esgoto no meio ambiente, se nós jogamos esgoto no meio ambiente, nós fazemos mal à saúde. Agora, o que é mais incrível é que cabe a fiscalização ao Governo do Estado de São Paulo, não só através do órgão de defesa do consumidor, como a CETESB e a Sabesp nunca foi punida, as empresas são punidas, a iniciativa privada é punida, agora, a empresa do governo infelizmente não é punida.

E eu gostaria muito de saber por que é que nós continuamos entregando ar em vez de entregar água ao consumidor, por que o consumidor é lesado e a Sabesp não responde isso à sociedade e nem os órgãos de defesa do consumidor sob o comando do Governo que o senhor pertence, partido que o senhor pertence, não tomam providência? E essa denúncia já fez faz muito tempo, pelo contrário, o órgão de defesa do consumidor teima em proteger a Sabesp, desta forma nós não vamos fazer saúde pública com qualidade, porque para chegar à saúde, nós temos que evitar que o esgoto seja jogado no meio ambiente.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Celso Russomanno, agora o senhor permanece com a palavra, tem direito a fazer uma pergunta de um minuto e necessariamente para o candidato Aloizio Mercadante.

[Geraldo Alckmin - Candidato PSDB]: Aloizio, nós sabemos aí o problema da Segurança Pública, todos estamos acompanhando dia a dia os jornais, televisão, o tempo todo falando dos assaltos, dos homicídios e da situação em que está a Segurança Pública, mas o que mais nos preocupa é o crime organizado comandando o crime na rua dentro dos presídios. O que o senhor pretende fazer para resolver isso?

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Aloizio Mercadante, sua resposta em dois minutos.

[Aloizio Mercadante - Candidato PT]: Celso, eu agradeço e quero dizer que se o povo de São Paulo me der oportunidade de governar esse Estado, eu não vou fazer como outros que ficam o tempo inteiro transferindo a responsabilidade daquilo que deve ser a nossa responsabilidade, aquilo que for problema do paulista vai ser o meu problema, nós vamos enfrentar, equacionar e resolver.

Vocês viram agora por exemplo na educação dizer que o Governo Federal não repassa um centavo do FUNDEB para São Paulo, é desconhecer totalmente o que aconteceu, nós mudamos a Legislação do FUNDEB para o FUNDEB e triplicamos do repasse que hoje são 11 bilhões e meio de reais, para ajudar a educação que vai tão mal aqui no nosso Estado.

Em relação a Segurança Pública, no governo do Geraldo Alckmin nós tivemos um problema seriíssimo, porque o crime organizado tomou conta dos presídios e de dentro do presídio o PCC começou a atacar, matou covardemente dezenas de policiais, agentes penitenciários, incendiou ônibus e mostrou o tamanho dessa organização, das facções criminosas dentro dos presídios e o risco que a sociedade tem, o que é dentro do presídio. Nós temos que separar os presos por grau de periculosidade, nós temos que implantar uma lei que eu sou coautor, que é a Lei do Monitoramento Eletrônico dos Presos.

Agora nessa saída, esse final de mês, 1.300 presos, por exemplo, não voltaram aos presídios, com o monitoramento eletrônico a gente resolve definitivamente que eles sejam acompanhados pela polícia e nós podemos implantar penas alternativas para os crimes de menor potencialidade, ou seja, as pessoas vão trabalhar para pagar para a sociedade o erro que cometeram, a infração legal, e você tem que prender aquele que tem que ser presos, especialmente aqueles de alta periculosidade, que deveriam ir para os presídios de segurança máxima, São Paulo não mandou nenhum, tem quatro mil vagas, eles não mandaram nenhum preso para os presídios de segurança máxima, e investir na polícia, mais salário, mais policiamento ostensivo, mais inteligência policial para nós revertermos essa situação.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Russomanno, sua réplica em um minuto e meio.

[Celso Russomanno - Candidato PP]: Bom, eu acho, Mercadante, que nós temos que agir no que nós temos de tecnologia no mundo, e hoje existe equipamento onde a pessoa passa por esse equipamento e nós temos a radiografia dessa pessoa, inclusive, nós temos agora uma publicidade de um programa que você coloca no computador e você vê os ossos do seu corpo, está veiculando na mídia inclusive.

Esse processo existe no Canadá, você adquire esse equipamento, todas as pessoas que passarem pela porta do presídio vão ser submetidas a esse equipamento, autoridades e presos, dessa forma nós vamos identificar se existe ou se está entrando algum celular dentro do presídio, porque só existe comunicação e só existe comando do PCC para fora à medida que nós tenhamos informação, o presidiário trabalha com informação, trabalha com comunicação e se ele não tiver isso ele não pode comandar o crime organizado aqui do lado de fora.

O que nós temos de fazer é evitar que os celulares entrem dentro das cadeias, e temos que trabalhar em cima do agente penitenciário com carreira, o agente penitenciário tem que chegar ao fim da carreira como diretor do presídio, para que ele preserve o patrimônio maior dele que é o prontuário dele. Como hoje não existe carreira para o agente penitenciário, infelizmente nós temos a situação que nós temos e o agente penitenciário tem que ser submetido de seis em seis meses a um exame toxicológico, porque só assim nós vamos controlar a droga dentro do presídio.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Candidato Aloizio Mercadante, sua tréplica.

[Aloizio Mercadante - Candidato PT]: Nós precisamos, além de reorganizar o sistema prisional, precisamos integrar a inteligência da polícia e a rede de comunicação da polícia que hoje não está integrada, entre a Polícia Federal, Polícia Civil, a Polícia Militar e a Polícia Penitenciária, temos que transformar o agente penitenciário numa Polícia Penitenciária com carreira e fazendo parte do sistema de segurança pública no Estado de São Paulo.

Você veja que nos presídios federais não tem rebelião, não tem celular e não tem problema de comunicação com o mundo exterior, então é possível fazer uma prisão segura e eficiente, que o Brasil já possui, o que nós não temos é uma política de segurança no Estado de São Paulo.

A polícia de São Paulo, a Associação dos Delegados, por exemplo, botou uma publicidade que o PSDB quer impedir, os delegados de São Paulo recebem os piores salários do país. Todos sabem que é assim, é um pouco mais da metade que recebem no Piauí, que é um Estado muito pobre, mas é governado pelo PT e trata bem melhor os servidores públicos, outro é o de Sergipe, que é quase o dobro do que recebe um delegado aqui no nosso Estado de São Paulo.

Então nós temos que valorizar a polícia e cobrar mais resultados, mais policiamento ostensivo, policiamento comunitário nos bairros, para a população sentir mais confiança e aproximar mais a polícia da sociedade, que esse é um aspecto fundamental, e colocar o batalhão de proteção policial na própria escola, para combater o crack, porque o crime proibiu o crack dentro do presídio, mas continua aliciando e envolvendo os jovens nas escolas públicas de São Paulo.

[Fernando Rodrigues - Folha de S.Paulo - UOL]: Obrigado candidato Aloizio Mercadante, antes de irmos para o primeiro intervalo, uma lembrança também pela transmissão pelo facebook, twitter, e todos os detalhes durante o intervalo com várias entrevistas. Vamos então para o primeiro intervalo dos debates Online entre os candidatos do Governo do Estado de São Paulo.

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