UOL Eleições 2008 Últimas Notícias

22/08/2008 - 12h19

Lula e Kassab vão me ajudar a ganhar a eleição, diz Marta

Da Redação
Em São Paulo

Assista à íntegra da entrevista

    Marta Suplicy, candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo", que reúne PT, PC do B, PDT, PTN, PRB e PSB, disse em entrevista ao UOL nesta sexta-feira (22) que acredita que os governos de Lula e Kassab vão ajudá-la a vencer a disputa pela Prefeitura de São Paulo.

    "O governo do Lula é muito elogiado, e o do Kassab, o pessoal compara com o meu. O povo não é bobo", comentou. "Eu 'tô' numa boa, tenho o presidente inteirinho do meu lado."

    Questionada se ganharia já no primeiro turno, ela disse: "Sempre temos que pensar que vamos para o segundo (turno). Na nossa equipe, nada de salto alto". Sobre o apoio de Paulo Maluf (PP), em 2004, foi categórica: "Ele deu, mas eu não pedi. E, para mim, não é uma associação que transfere voto, muito pelo contrário."

    O que você achou da entrevista de Marta?



    A candidata afirmou ainda que vai continuar projetos do atual prefeito. "O projeto Cidade Limpa é um ponto positivo. Não tem porque ser abandonado. Mas o Cidade Limpa não deve se limitar às fachadas. Tem que aumentar a coleta seletiva na cidade, tem que fazer coleta de lixo dentro da favela. Fazer aterro", comentou.

    O próximo entrevistado do UOL será o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), na próxima sexta-feira (29). O internauta poderá enviar perguntas. Na série com os candidatos à Prefeitura da capital paulista, já passaram pelos estúdios do UOL o candidato do PSOL, Ivan Valente, a candidata Soninha Francine (PPS), o atual prefeito e candidato à reeleição pelo DEM, Gilberto Kassab, e o deputado e candidato pelo PP, Paulo Maluf.
    • Francisco Madureira/UOL

      Marta Suplicy diz que vai
      investir R$ 2 bilhões no metrô



    Transporte

    A candidata diz que o maior problema em São Paulo é a desigualdade social. "O Bilhete Único foi um programa de distribuição de renda, de melhorar a qualidade de vida do paulistano, que pode chegar mais cedo em casa, ficar com seu filho. Meu sonho é ter parada de ônibus mostrando a hora exata que o ônibus vai chegar", disse.

    Para o transporte, ela diz que vai investir em corredor e em metrô. "Nós fizemos 100 km de corredor, a gestão atual fez 10 km. Já imaginou a copa de 2014 com a situação que nós temos hoje? Corredor é rápido, metrô demora mais. E estamos muito atrasados. Nós temos que correr atrás do prejuízo", comentou.

    A candidata ainda disse que, se eleita, se compromete a levar R$ 2 bilhões para o metrô. Sobre o investimento em forma de PPPs (parcerias público-privadas), a candidata afirmou: "A prefeitura tem que discutir percursos e discutir o metrô. Porque a prefeitura não pode fazer metrô. São R$ 2 bi do governo federal e tem a responsabilidade do Estado também. Não tem como não ter metrô em São Paulo hoje".

    Outro plano da candidata é qualificar as pessoas para trabalharem nas regiões em que elas moram. "Tem que criar qualificação, caso contrário a região se torna dormitório. Tenho propostas de criar os empregos na região".

    Educação

    Para a área da educação, Marta diz que duas coisas são imprescindíveis. "Primeiro, que o professor fique na escola. O professor ganha pouco, tem dois, três trabalhos. Nós temos que criar a condição de trabalho no mesmo local". A outra idéia da petista é dar autonomia para as escolas. "Elas vão ter responsabilidade. A escola de Parelheiros não é igual à de Pinheiros. Então nós vamos fazer uma avaliação do que a escola carece, já nos primeiros meses de governo".

    A candidata comentou que Kassab mente quando diz que construiu 25 CEUs. "Ele construiu 13. E uma parte deles, só a parte pedagógica. E eu vou construir mais 20, nas regiões mais carentes. Nós vamos criar a Rede CEU", promete.

    Relaxa e goza

    FRASES DE MARTA SUPLICY

    • "Se eu soubesse, não seria tão alto [o índice de rejeição]"
    • "Se a gente não investir, não temos chance, o professor está exausto"
    • "Quando era mais mocinha, achava isso [ser presidente da República] muito interessante. Quando entrei na política, eu 'dessonhei'"
    • "O Cidade Limpa, apesar de criticado, criou um ponto positivo e não tem porquê ser abandonado"
    • "Como prefeita, se for eleita, me comprometo a destinar R$ 2 bilhões ao metrô"
    À frente na corrida eleitoral em São Paulo - última pesquisa do Ibope divulgada no dia 15 de agosto mostrou a candidata com 41% das intenções de voto -, Marta também tem rejeição alta, 34% dos eleitores não votariam nela, segundo levantamento do Datafolha.

    Questionada sobre seu índice de rejeição, a candidata disse que não sabe porque tantos eleitores rejeitam sua candidatura. "Você agrada e desagrada. Faz parte da democracia não gostarem de um candidato ou de um partido", disse.

    "O que importa em uma eleição é fazer suas propostas", comentou. Os entrevistadores ainda perguntaram se a rejeição poderia estar relacionada às taxas que ela criou, quando prefeita da cidade, ou à controversa declaração "relaxa e goza", sugestão que deu aos afetados pela crise do apagão aéreo, em meados de 2007. "Esses fatos não colaboram para a rejeição", comentou.

    Mas ela imagina que os adversários podem usar os fatos na campanha. "Tudo pode ser usado na campanha, mas isso não acrescenta, diminui o candidato que faz isso. E os qualificados não vão fazer isso", acredita.

    Plano de reeleição

    Questionada se for escolhida pelo PT para suceder Lula na presidência, nas eleições de 2010, Marta disse que nessa campanha está se colocando para ficar oito anos à frente da cidade. "Não é a melhor idéia deixar a prefeitura em 2010", comenta. "Eu até já sonhei em ser presidente da República, quando era mais 'mocinha', mas eu 'desonhei', não é o que eu penso agora", para responder se o PT indicasse seu nome à sucessão presidencial.

    Polêmica do vice

    Questionada sobre a declaração de Aldo Rebelo, vice em sua chapa, que afirmou ao UOL News, em entrevista anterior à campanha, que seria muito difícil apoiá-la em primeiro turno, dizendo que havia muitas diferenças, ela disse que, à época, ele não estava tão convicto. "Ele queria ser candidato, mas era mais interessante se unir a uma candidata de esquerda, do PT, do que ir sozinho. Acho que foi muito bom, porque qualifica a chapa, ele é uma pessoa de estatura na política brasileira. E temos propostas muito semelhantes", comentou.

    A entrevista foi realizada pelos jornalistas Diogo Pinheiro e Helder Bertazzi, editor de UOL Eleições 2008.

    Compartilhe:

      ÚLTIMAS NOTÍCIAS

      Mais notícias

      Hospedagem: UOL Host

      Assista à íntegra da entrevista