Em entrevista ao UOL, nesta sexta-feira (1º), o candidato a prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), disse que as acusações que pesam sobre ele são falsas - o candidato possui em seu nome quatro ações penais que correm no Supremo, por crimes de responsabilidade e contra o sistema financeiro nacional, e três por improbidade administrativa na Fazenda Pública paulista, e foi citado na "lista suja" da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros).

Questionado se há o risco de ter sua candidatura impugnada, o ex-prefeito garantiu que não, e convidou o repórter a votar nele nas eleições de outubro. Maluf, que é deputado federal, garantiu que é contra o foro privilegiado, quando os repórteres lhe perguntaram se havia se candidatado em 2006 para adquirir imunidade parlamentar, evitando, assim, ser preso novamente, como ocorreu em 2005.

Aos 76 anos, ele disse que o que mais quer é deixar uma boa imagem em São Paulo. "O que mais pode querer um homem na minha idade?". Maluf ainda disse que tem certeza que vai estar no segundo turno e que será "o melhor prefeito de São Paulo, de novo".

Na série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de São Paulo, o UOL já entrevistou também o atual prefeito, e candidato à reeleição pelo (DEM), Gilberto Kassab e a vereadora e candidata pelo PPS, Soninha .

Sobre Pitta

Os internautas perguntaram a Paulo Maluf sobre a declaração que ele deu à época em que Celso Pitta foi eleito prefeito, "Votem no Pitta e se ele não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim", disse, na ocasião.

"Eu errei", respondeu o candidato. Mas disse que não se arrepende. "Fui o primeiro prefeito de São Paulo a indicar um sucessor carioca e negro", comentou. "Se o Pitta cometeu algum deslize, ele é o culpado nisso. Eu errei de indicá-lo, mas errei de boa-fé."

Propostas

A principal proposta do candidato, se eleito prefeito de São Paulo, é a construção do que ele vem chamando de 'freeway': lajes sobre os rios, nas marginais, como alternativa para liberar o trânsito. "Eu não desisti de despoluir o rio. Eu vou fazer a laje, mas é lógico que vai ter paisagismo em cima", disse.

Quanto à segurança, o candidato pepista disse que o problema da segurança pública é do governo do Estado e que o que ele pode fazer é, se eleito prefeito, ajudar o governador com a Guarda Civil Metropolitana.

Maluf quer retomar o Projeto Cingapura, de construção de moradia popular, implementado na segunda vez em que foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. "Esse projeto é a maneira de dar dignidade para o favelado", comentou.

Questionado sobre privilegiar o transporte individual, com a construção de vias para carros, Maluf disse: "é mentira que eu não privilegio o transporte coletivo. A linha Santana-Jabaquara é obra de Paulo Maluf e Faria Lima", disse, referindo-se ao período em que sucedeu Faria Lima, no final dos anos 1960.

Os outros candidatos

"Com todo respeito à candidata Marta, me considero um administrador público e privado. Um engenheiro como eu, provou e comprovou que é melhor administrador que uma psicóloga."

Na questão da educação, o candidato diz para a população comparar. "Na minha época, não tinha progressão continuada", disse, se referindo ao sistema na escola pública, na qual o aluno não fica reprovado no ano letivo, mas ao final dos ciclos, caso não tenha conseguido rendimento suficiente. Maluf disse que o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) mentiu no debate dessa quinta-feira (31), à noite, dizendo que a progressão continuada começou na sua gestão.

A entrevista foi realizada pelos jornalistas Diogo Pinheiro e Helder Bertazzi, editor de UOL Eleições 2008.

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