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08/08/2008 - 12h05

Ivan Valente propõe transporte com tarifa zero em SP

Da Redação

Assista à íntegra da entrevista


    Subsidiar o transporte público e garantir tarifa zero ao trabalhador é uma das propostas do deputado federal Ivan Valente (PSOL), caso seja eleito prefeito de São Paulo. A afirmação foi feita em entrevista ao vivo transmitida nesta sexta-feira (8) pelo UOL.

    "É dever do Estado e direito do cidadão. Um terço da população vai ao trabalho a pé. A tarifa em SP é caríssima. O transporte tem que ser subsidiado. Quem pensa que vai resolver o trânsito com medidas paliativas, não está falando a verdade. O automóvel cria a lógica de sociedade pouco solidária", afirmou o candidato.

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    Segundo ele, a medida depende de uma lei aprovada por instância legislativa. "Eu penso em criar uma empresa municipal de transporte, que regule, que faça o cálculo do índice de passageiro por quilômetro e que dinamize o processo. É possível pensar em um transporte subsidiado e numa tarifa zero", garantiu.

    Na série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura da capital paulista, já passaram pelos estúdios do UOL a candidata Soninha Francine (PPS), o atual prefeito e candidato à reeleição pelo DEM, Gilberto Kassab, e o deputado e candidato pelo PP, Paulo Maluf.

    Educação

    • Patrícia Vicentini/UOL

      Candidato do PSOL, Ivan Valente criticou seu antigo partido, o PT

    Sobre o ensino público municipal, Ivan Valente afirmou que pretende investir em creches e na melhoria dos salários de professores. "Nós vamos fazer um estudo do sistema de pagamento e verificar as categorias que estão defasadas. Nós também não temos problema em aumentar o número de funcionários. E eu vou abrir creche pública e contratar equipes. De onde vai sair o dinheiro? Nós vamos rediscutir a dívida pública e cobrar a dívida ativa. São R$ 10 bilhões, dos quais R$ 2,5 bi vão só para pagar juros. Temos que rediscutir isso", disse o candidato.

    Segundo Valente, as "pré-escolas viraram depósito de crianças". "A redução do número de alunos por sala de aula e a contratação de professores tornou-se vital. Salário digno, progressão continuada. Eu vou construir a Ponte Estaiada ou vou abrir vagas para creche? Não vou construir a ponte. As empreiteiras vão ficar bravas", atacou.

    "Acho que o funcionalismo precisa ser bem pago, bem formado, com formação continuada e ter condições dignas de trabalho. Para isso, não podemos fingir que pagamos. Se tem um sistema funcionando e as pessoas estão felizes com seu trabalho, a coisa anda. Foi aprovado um piso salarial nacional agora. Eu apresentei uma proposta bem mais ampla. Mas tem muito professor que ganha um salário mínimo", completou.

    PT

    Valente começou a entrevista falando sobre sua saída polêmica do PT, em setembro de 2005, e criticou a sigla. "O PT se esgotou enquanto projeto de mudança social e desandou eticamente. Perdeu a força das idéias que tinha. Hoje, possui uma política assistencialista que, num país de uma certa carência, tem efeitos práticos. O PT se igualou aos outros partidos e por isso o PSOL é o partido que tem potencial para crescer e se firmar", afirmou.

    FRASES DE VALENTE

    • "Pré-escolas viraram depósito de crianças"
    • "Eu vou construir a Ponte Estaiada ou vou abrir vagas para creche? Não vou construir a ponte"
    • "O PT se esgotou enquanto projeto de mudança social e desandou eticamente"
    • "Deputado não é despachante de luxo para liberar emendas"


    Sobre a liberação de verbas conseguidas por ele para a cidade de São Paulo - apenas R$ 1,7 milhão no ano passado - Valente disse que pretende acabar com o sistema de emendas. "Sou de oposição e quero crer que o eleitor precisa entender que precisamos de um planejamento participativo global. Não vão ser pequenas emendas que irão resolver os problemas", disse.

    "Deputado não é despachante de luxo para liberar emendas. Ele está lá para fazer projetos legislativos e grandes debates nacionais. Nós, como partido de esquerda, também sofremos discriminação. Muitos deputados precisam disso para sobreviver. Mas não trabalhamos com essa base. As prioridades devem ser discutidas coletivamente", defendeu.

    Horário eleitoral

    Valente disse ainda que é favorável ao horário eleitoral gratuito na televisão, mas considera que a atual configuração da propaganda privilegia a situação. "Sou favorável, mas porque este programa está baseado numa representação do Congresso Nacional, é injusto, porque cristaliza uma situação. Estamos assistindo a uma bipolarização PT/PSDB no país", afirmou.

    Sobre o sucesso da candidata Heloísa Helena nas últimas eleições, mesmo com apenas um minuto de propaganda destinada a ela, Valente considerou: "A Heloisa Helena mostra o valor da nossa proposta". E adiantou: "Vamos usar a imagem dela, mas vamos mostrar também as nossas propostas."

    A entrevista foi realizada pelos jornalistas Diogo Pinheiro e Helder Bertazzi, editor de UOL Eleições 2008.

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