Sonhos de Eduardo são os meus sonhos, diz Aécio após receber apoio do PSB

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

  • Sergio Lima/ Folhapress

    Aécio cumprimenta integrantes do PSB após receber apoio

    Aécio cumprimenta integrantes do PSB após receber apoio

Após receber o apoio do PSB à sua candidatura à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB) disse que os sonhos de Eduardo Campos (PSB), morto em agosto, são os mesmos que os dele durante agradecimento ao partido nesta quarta-feira (8).

"Os sonhos de Eduardo são os meus sonhos", disse Aécio. "Como dizia meu amigo Eduardo, nós não vamos desistir do Brasil." Eduardo era o candidato do PSB à Presidência, além de presidente da legenda.

Aécio também afirmou que será o "porta-voz" dos ideais de Campos para o país se for eleito presidente.

O tucano se apresentou ao grupo de dirigentes do PSB que representa a verdadeira mudança do governo. "A partir deste instante, a minha candidatura não é apenas uma candidatura minha e do meu partido, o PSDB. Minha candidatura passa a ser a candidatura do amplo desejo de mudança da sociedade brasileira", declarou.

 

O candidato também se apresentou como uma pessoa muito próxima de Campos, no que foi aplaudido pelos socialistas. "Esse apoio tem um simbolismo muito grande porque venho hoje na casa de um grande amigo, por quem eu tenho enorme admiração e que sempre fez muito bem para a política brasileira, o companheiro Eduardo Campos", afirmou Aécio.

Na executiva do PSB, foram 21 votos a favor contra 7 que optavam pela neutralidade. O senador João Capiberibe (AP) foi o único a defender o apoio a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição.

A própria Marina Silva, que concorreu ao Palácio do Planalto pela sigla e foi derrotada no primeiro turno, já sinalizou que pode apoiar Aécio, mas impôs condições para aliança.

O anúncio oficial sobre o apoio de Marina ocorrerá apenas amanhã (9) após reunião com todos os partidos aliados na chapa do PSB. Fazem parte da coligação PHS, PRP, PPS, PPL e PSL, além da Rede, da ex-senadora. O PPS já confirmou apoio ao tucano.

O PSB era aliado ao PT até 2013, mas rompeu com o partido para lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto. Após a morte do ex-governador em agosto, a ex-senadora assumiu a cabeça de chapa.

Como condição por seu apoio, Marina pede ao tucano o comprometimento com uma reforma política com o fim da reeleição, a implantação de educação em tempo integral e a preocupação com sustentabilidade com os movimentos sociais. Também pede o comprometimento com a questão indígena e com a reforma agrária, além do diálogo com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), informou o jornal "Folha de S.Paulo".

Ainda de acordo com o jornal, a ex-senadora disse a interlocutores que precisa ser "convencida" de que a candidatura do PSDB vai assumir compromissos com segmentos da sociedade que votaram nela em 2010 e em 2014 e que espera o contato do tucano.

Vice de Marina, o deputado federal Beto Albuquerque se mostrou ressentido com ataques feitos pelo PT à sua chapa durante o primeiro turno.

"Nós não devemos nada ao PT, nada. Nós sempre ajudamos o PT a vencer e portanto quando decidimos não estar mais no governo, construirmos a candidatura nós estamos exercendo o direito de ser PSB e é isso que estamos fazendo", disse Beto antes do início da reunião. "Eu ajudei muito o PT e eu não preciso estar ao lado do PT para ser de esquerda, como pensa o PT."

Campanha presidencial 2014
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