Presidente e candidata, Dilma dá uma 'volta ao mundo' em 30 dias

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

  • Arte/UOL

    Dilma percorrerá, em 30 dias, nada menos que 39,6 mil quilômetros

    Dilma percorrerá, em 30 dias, nada menos que 39,6 mil quilômetros

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), vai completar uma jornada equivalente a uma volta ao mundo em apenas um mês. As informações foram obtidas a partir do cruzamento das agendas de presidente e candidata entre os dias 5 de setembro e 5 de outubro. 

Se Dilma seguir os planos de seu comitê de campanha para os próximos dias, ela percorrerá, em 30 dias, nada menos que 39,6 mil quilômetros, 400 km a menos que a circunferência da Terra, que é de aproximadamente 40 mil quilômetros (na linha do Equador). Toda essa distância, segundo o comitê de campanha de Dilma, foi feita em aeronaves oficiais.

Se tivessem sido percorridos apenas dentro do Brasil, os 39,6 mil quilômetros viajados por Dilma seriam suficientes para ir da cidade de Oiapoque ao Arroio Chuí por nove vezes.

A petista foi a candidata que mais distâncias percorreu nos últimos 30 dias de campanha, em comparação aos outros dois presidenciáveis melhor colocados nas pesquisas, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). A se confirmar as previsões de agenda dos dois candidatos, a pessebista terá percorrido 30,8 mil quilômetros entre os dias 5 de setembro e 5 de outubro. Já o tucano terá percorrido 23,7 mil quilômetros. 

A 'volta ao mundo' de Dilma começou no dia 5 de setembro, com um voo entre a cidade gaúcha de Esteio, onde participou de uma feira agropecuária, e a cidade de São Paulo.

39,6

mil quilômetros

será a distância percorrida por Dilma em um mês

O Estado de São Paulo, aliás, foi o destino mais comum de Dilma nos últimos 30 dias, depois de Brasília, onde vive a presidente. Ela foi a São Paulo em seis ocasiões. Logo depois de São Paulo está o Rio de Janeiro, com quatro visitas.

Os dois trechos mais longos percorridos por Dilma no último mês ocorreram durante sua visita a Nova York, onde participou de uma reunião de cúpula sobre clima e da Assembleia Geral da ONU. Nos dois eventos, porém, Dilma viajou como presidente, e não como candidata.

la embarcou para Nova York no dia 23 de setembro, saindo de Belo Horizonte e percorreu nada menos que 7.432 quilômetros. A volta, no dia 25 de setembro, foi relativamente mais curta (7.093 quilômetros), pois parou em Salvador, onde cumpriu agenda como candidata.

A jornada incessante de viagens por países, Estados e cidades diferentes, com climas distintos, associado à rotina de discursos e entrevistas, deixou sequelas na presidente.

Desde sua volta de Nova York, Dilma tem reclamado de uma, como ela mesma definiu, mistura de 'laringite com faringite' que vem lhe tirando a voz. Na última quarta-feira (1º), a presidente chegou a interromper uma entrevista coletiva alegando que estava sem condições de continuar falando.

Dilma usa aeronaves oficiais

Todos os trajetos feitos por Dilma ao longo do último mês de campanha foram feitos em aeronaves oficiais: tanto aviões como helicópteros.

Questionada sobre os custos e as razões pelas quais a presidente cumpriu agendas como candidata a bordo de aviões oficiais, o comitê de campanha do PT informou que, por questões de Segurança Nacional, ela não pode viajar em aeronaves que não sejam oficiais.

Sobre os custos para a União dos deslocamentos feitos pela candidata, o comitê de campanha de Dilma informou que as despesas serão pagas pelo partido dentro do prazo legal estipulado pela legislação eleitoral.

"O comitê tem até 10 dias úteis após a realização do pleito em primeiro turno, ou segundo turno, se houver, para realizar o reembolso à União. Os valores constarão na prestação de contas ao TSE", disse o comitê da campanha de Dilma, por meio de nota.

O comitê cita a lei 9.504/97 que disciplina as regras para as eleições no Brasil. No artigo 2 do parágrafo 76, a lei de fato estabelece que os partidos podem ressarcir a União pelo transporte do presidente e sua comitiva em aeronaves oficiais.

O uso de aeronaves oficiais durante campanha, no entanto, provoca polêmica e, em alguns casos, até mesmo a cassação de governantes.

No Rio Grande do Norte, a governadora Rosalva Ciarlini (DEM), foi cassada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por ter utilizado um avião do governo do Estado para participar da campanha à prefeitura de Mossoró, no interior do Estado.

Uma decisão liminar do TSE manteve Rosalba no comando do Estado.

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