O MPE-DF (Ministério Público Eleitoral) do Distrito Federal entrou com uma representação contra a governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), candidata à reeleição, segundo informações dadas pelo órgão nesta terça-feira (19/9). Na representação, o Ministério Público pede a cassação do registro de Abadia e a aplicação de multa por abuso de poder político e captação ilícita de votos.
De acordo com a denúncia do MPE, o "alvo" de assédio da candidatura da governadora tucana foram proprietários de quiosques no DF. No dia 28 de agosto, o governo do DF intensificou a fiscalização em quioques em Brasília. Os fiscais distribuíram convites aos proprietários de quiosques para uma "reunião" no dia seguinte.
Na reunião, Abadia discursou, confundindo os papéis de candidata e governadora, e prometeu melhorias para a categoria, caso fosse eleita, segundo o Ministério Público. O MPE tem gravação da reunião da tucana com os proprietários de quiosques. A governadora é a segunda colocada na disputa no Distrito Federal, segundo pesquisas de opinião.
"Trata-se de casuísmo político lançado às vésperas do pleito e que só pode ter como finalidade a captação dos votos dos aflitos permissionários de quiosques", disse o procurador regional eleitoral Osnir Belice.
"A conduta da representada (Abadia) desequilibra o jogo de forças no processo eleitoral, fere de morte o princípio da isonomia de oportunidades entre os candidatos e é potencialmente capaz de afetar a normalidade e legitimidade das eleições", completou.
O MPE ainda estuda a possibilidade de entrar com uma segunda representação contra Abadia por uso da máquina eleitoral.
A governadora ficou sob suspeita depois de denúncia de que a secretária de Educação, Vandercy Antônia de Camargos, havia determinado o envio de um fax, do seu gabinete, com orientações para que funcionários comissionados participassem de uma carreata e de um comício da governadora. Abadia abriu uma sindicância para apurar as denúncias.
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