Durante debate, Aécio cita "petrolão" e Dilma compara seu governo a FHC

Do UOL, em São Paulo

  • Ricardo Moraes/Reuters

    Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se cumprimentam durante debate

    Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se cumprimentam durante debate

O primeiro bloco do debate promovido pela "TV Globo" nesta sexta-feira (24) foi marcado pelos temas corrupção, inflação e por uma comparação com o governo  de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) .

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Por um lado, o candidato Aécio Neves (PSDB) citou reportagem da revista "Veja" contra a rival Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição. A denúncia trata do desvio de verbas da Petrobras, conhecido por "petrolão". Por outro, a presidende criticou o governo de FHC (1995 a 2002), que, segundo ela,  "deixou nas costas do povo as crises ocorridas nos oito anos de mandato, com arrocho salarial e desemprego".

Inflação e empregos

Aécio disse que desde o Plano Real (1994), Dilma será a primeira presidente que terminará o mandato com a inflação maior do que recebeu.

"Eu acho que o senhor está mal informado, porque quem deixou o país com uma inflação maior do que recebeu foi o governo tucano, do Fernando Henrique", respondeu a petista. 

"O seu governo afugentou os investimentos e a inflação infelizmente está de volta", afirmou o tucano. "A situação do Brasil é extremamente grave, candidata, e é preciso que seu governo reconheça isso, porque os mercados, outros países, os brasileiros, já reconhecem."

Petrolão

Segundo reportagem publicada na revista "Veja" desta semana, o doleiro Alberto Yousseff teria afirmado, em depoimento à PF (Polícia Federal), que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) tinham ciência do esquema de devio instalado na Petrobras. No debate, Aécio questionou a petista: "a senhora sabia?".

Na resposta, Dilma afirmou que a "Veja" faz "oposição sistemática" a ela e ao PT e fez "calúnia e difamação" com a reportagem publicada hoje. "E o senhor endossa na sua pergunta (…) A revista 'Veja' não apresenta uma prova", disse a petista, que afirmou que a publicação tenta dar um "golpe eleitoral".

"E isso não é a primeira vez que ela fez: fez em 2002, em 2006, em 2010 e 2014, mas o povo não é bobo (…) O povo brasileiro vai mostrar a sua indignação no domingo, votando e derrotado essa proposta que o senhor representa."

Na réplica, Aécio disse que Dilma deveria se explicar, e não desqualificar a revista. "Não acreedito que acusação a revista seja a melhor resposta. A delação premiada só traz ao réu benefício se tiver prova", afirmou o tucano.

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Candidatos falam a indecisos

No segundo bloco, Dilma e Aécio responderam perguntas de eleitores que se declararam indecisos. Eles foram selecionados pela Globo e acompanharam o debate no estúdio. Os indecisos abordaram temas como alta dos aluguéis, educação, corrupção e previdência. Em função do formato do bloco, houve poucos ataques entre os concorrentes.

Em resposta a um florista de 43 anos, morador de São Paulo, que citou a alta dos aluguéis acima da inflação, Dilma afirmou que irá construir 3 milhões de casas pelo Minha Casa Minha Vida para quem não possui casa própria. "Se eu for eleita, mais 3 milhões de casas do Minha Casa Minha Vida, e vamos reajustar as faixas de renda, ampliando as faixas de renda." Na réplica, Aécio afirmou que Dilma entregou metade das habitações prometidas em 2010.

Em seguida, uma contadora de 38 anos, de Belém, perguntou a Aécio sobre os planos dele para a educação. O tucano citou números da educação durante seu governo em Minas Gerais, prometeu ampliar vagas em creche e aumentar a remuneração de professores. Na réplica, Dilma citou os recursos do pré-sal, que obrigatoriamente serão usados em educação.

O principal confronto entre Dilma e Aécio no segundo bloco ocorreu quando uma eleitora de Vespasiano (MG) questionou os candidatos sobre o combate a corrupção. A petista afirmou que a "lei é branda", listou medidas que ela propõe para enduerecer a punição a corruptos e disse que, em seu governo, a "Polícia Federal investiga".

Aécio retrucou, dizendo que a maior medida contra corrupção dele é "tirar o PT do governo". Na resposta ao adversário, Dilma disse que Aécio representa um governo [Fernando Henrique Cardoso] cuja "prática era engavetar todas as investigações."

Os dois candidatos trocaram farpas quando uma eleitora de Curitiba perguntou sobre os planos dos concorrentes para a questão previdenciária. Aécio prometeu acabar com o fator previdenciário, medida que achata e posterga as aposentadorias. Dilma retrucou, dizendo que o fator foi criado na gestão FHC. Na resposta, o tucano disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o fim do fator providenciário.

Outros debates e pesquisas

Este é o quarto debate entre Dilma e Aécio no segundo turno das eleições presidenciais.

O primeiro foi realizado pela Bandeirantes, no último dia 14.

O segundo, promovido pelo UOL, "Folha de S. Paulo" e SBT, ocorreu no dia 16 e ficou marcado pela agressividade dos dois candidatos. O baixo nível da discussão repercutiu negativamente, e os dois candidatos baixaram o tom no debate do dia 19, organizado pela TV Record.

Às vésperas do segundo turno, Dilma ampliou a vantagem sobre Aécio nas pesquisas. No levantamento do Datafolha, divulgado nessa quinta-feira (23), Dilma tem 53% das intenções contra 47% de Aécio, considerando apenas os votos válidos. Pesquisa Ibope também divulgada ontem aponta a petista com 54% das intenções contra 46% do tucano. 

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