Ao lado de Marina pela 1ª vez, Aécio fala em encontro histórico da política

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

  • Nelson Almeida/AFP

    O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, e a candidata derrotada no primeiro turno Marina Silva (PSB) fazem ato de campanha juntos pela primeira vez

    O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, e a candidata derrotada no primeiro turno Marina Silva (PSB) fazem ato de campanha juntos pela primeira vez

O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) e a ex-senadora Marina Silva (PSB) fizeram juntos pela primeira vez um ato de campanha no segundo turno destas eleições. A candidata derrotada à Presidência manifestou publicamente o apoio ao tucano em entrevista à imprensa em espaço de eventos em São Paulo.

No início da entrevista coletiva, Aécio explicou os fundamentos de sua união com a ex-adversária: "Este é o encontro da boa política e da boa postura diante do desafio que temos pela frente". "Este é um encontro histórico para a política brasileira", acrescentou.

No púlpito que foi montado para que os políticos concedessem a entrevista, foi afixado um cartaz com a frase "unidos pelo Brasil", que era usada pela campanha do PSB.

Campanha presidencial 2014
Campanha presidencial 2014

Além de Aécio e Marina, o encontro contou com Walter Feldman (PSB), porta-voz da Rede de Sustentabilidade, Beto Albuquerque (PSB), ex-candidato a vice-presidente na chapa de Marina, e Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice na chapa do tucano, além de outras lideranças tucanas e de partidos aliados, como o PPS.

O encontro, além de ser um ato para exibir aos eleitores a aliança entre Aécio e Marina, foi também uma reunião de trabalho, onde, de acordo com Feldman, foram discutidas "as ações que serão necessárias" neste segundo turno.

Aécio Neves também comentou o debate do qual participou na noite de ontem, realizado por UOL, SBT e Jovem Pan. "Lamento profundamente o tom do debate, eu gostaria de ter debatido ideias, mas não é esta a estratégia da outra campanha", justificou. O senador disse ainda  não poder "aceitar as calúnias que são feitas".

A candidata derrotada pediu aos jornalistas que não lhe dirigissem perguntas. A única questão que aceitou responder foi sobre os seus cabelos. "Pessoas gripadas não podem prender o cabelo molhado, não sabiam?", disse, sorrindo.

Aproximação com Marina

Após terminar a eleição em terceiro lugar, Marina Silva anunciou apoio à candidatura do tucano no domingo passado. Ao ler o documento de apoio, Marina comparou Aécio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). "Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso [1995-2002], a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica. E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de seu antecessor", leu a ex-senadora, que foi ministra do Meio-Ambiente no governo petista.

Na eleição de 2010, quando também havia terminado em terceiro lugar, Marina ficou neutra no segundo turno entre o tucano José Serra e Dilma.

Ontem, após o debate, Aécio chegou a ligar para Marina para comentar.  Questionado por ela sobre a truculência do confronto, Aécio respondeu: "Deu o desespero. Viu que ela passou mal?", disse Aécio à ambientalista por telefone. Dilma passou mal após o debate no momento em que dava entrevista ao vivo a uma repórter do SBT.

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