Partidos gastam R$ 310 milhões em 2011; PT é o campeão de arrecadação
Do UOL, em São Paulo
Os 28 partidos registrados no TSE gastaram R$ 310.533.832,70 em 2011. O PT foi o partido que mais gastou e também o que mais arrecadou no ano passado. Os gastos contabilizaram R$ 71.760.939,17 em exercício financeiro. Já a receita foi de R$ 109.882.972,81. Os dados foram divulgados pelo tribunal nesta sexta-feira (11).
O menor gasto e menor renda foi do PPL. O partido, registrado em outubro passado, teve despesa de R$ 124.743,38 e arrecadou R$ 206.052,27.
Gastos e despesas (em reais)
Partido | Receita | Despesas |
PT | 109.882.972,81 | 71.760.939,17 |
PMDB | 44.544.462,66 | 42.661.570,27 |
PSDB | 38.521.474,61 | 36.107.930,96 |
DEM | 23.266.945,79 | 20.359.029,43 |
PSB | 22.603.782,66 | 19.775.212,29 |
PP | 22.972.686,53 | 19.725.899,55 |
PR | 22.060.707,26 | 17.147.118,80 |
PTB | 13.468.020,55 | 13.476.532,48 |
PDT | 16.063.885,55 | 10.881.769,87 |
PSC | 9.993.247,84 | 9.712.390,18 |
PV | 11.515.299,63 | 9.249.451,22 |
PCdoB | 11.753.715,87 | 9.157.985,95 |
PRB | 6.703.019,56 | 4.779.384,19 |
PPS | 5.801.215,82 | 5.264.672,11 |
PMN | 4.190.174,06 | 3.470.116,95 |
PSOL | 3.611.548,69 | 3.438.380,67 |
PTC | 2.637.681,45 | 2.906.385,50 |
PRTB | 2.206.250,07 | 1.822.747,68 |
PRP | 1.828.318,69 | 1.599.057,69 |
PTdoB | 1.532.821,66 | 1.434.976,96 |
PSTU | 1.203.287,06 | 1.237.615,14 |
PTN | 1.222.290,10 | 1.221.477,28 |
PSL | 1.514.948,30 | 1.185.808,93 |
PSDC | 1.446.267,36 | 888.789,98 |
PCB | 792.071,87 | 531.219,18 |
PCO | 522.611,50 | 418.857,50 |
PSD | 440.752,22 | 193.769,39 |
PPL | 206.052,27 | 124.743,38 |
Nessa contabilização geral do TSE não constam os gastos e a renda do PHS. Apesar de ter declarado em dia, os dados da legenda ainda não foram computados. Ao todos, são 29 legendas no Brasil.
Quanto à receita, os diretórios nacionais declararam ao TSE que receberam R$ 382.506.512,44. Deste total, R$ 307.317.749,00 foram recebidos pelo Fundo Partidário. Agora, depois da prestação de contas, os dados dos diretórios nacionais serão analisados pela Corte; os estaduais, pelo Tribunal Regional Eleitoral do respectivo Estado; e os municipais ou zonais, pelo juiz eleitoral.
Comparados com dados de 2010, todos os principais partidos -- PT, PSDB, PMDB e DEM -- apresentaram queda na arrecadação. Naquele ano, quando houve eleição presidencial, o PT liderou a arrecadação com R$ 176,8 milhões, seguido do PSDB com R$ 112,3 milhões. Depois, vem o PMDB com R$ 84,6 milhões e o DEM, R$ 28,3 milhões.
Ano eleitoral
Em 2010, quando houve a eleição para presidente, os dois principais partidos, PT e PSDB, tiveram um arrecadação recorde, mas fecharam o ano com dívida milionária. Os petistas terminaram o ano com um déficit de R$ 42,7 milhões. O PSDB com um rombo de R$ 11,9 milhões.
Os partidos informaram que, além de terem gasto mais do que arrecadaram, ambos herdaram as dívidas das campanhas presidenciais e ainda registram despesa em aberto referente às eleições de 2006.
A maior dívida de 2010 do PSDB era de R$ 8 milhões, com empresas de comunicação das campanhas de 2006 e 2010.
O PT também regostrou dívidas referentes a propaganda eleitoral de 2010, de R$ 6,5 milhões, e pelo menos R$ 3,5 milhões em material gráfico.
Em 2010, segundo o TSE, explodiu a arrecadação declarada dos principais partidos, especialmente com doações de empresas --maior fonte de renda das siglas.
Juntos, PT, PSDB, DEM e PMDB receberam doações de R$ 402 milhões --crescimento de 2.200% em relação a 2009 (ano sem eleições), e 375% maior que 2006 (ano de eleições nacionais).
Os repasses das empreiteiras, tradicionais colaboradoras, representam cerca de um terço do total.
Além das doações, integram a receita o Fundo Partidário (parcela do Orçamento da União repartida entre os partidos) e as colaborações de filiados.
As arrecadações do PT e do PSDB teve um salto em 2010. Empreiteiras e bancos optaram por financiar os partidos em vez de repassar recursos direto a candidatos e comitês.
Os valores, contudo, não foram suficientes para cobrir todos os gastos.