Má fase do PT levou à derrota para Doria, dizem eleitores em ato pró-Haddad
Bernardo Barbosa
Do UOL, em São Paulo
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Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo
Com bandeira do PT ao fundo, Haddad chega a ato em seu apoio em SP
Mesmo depois de ter perdido a reeleição no primeiro turno e com o PT em baixa nas urnas pelo Brasil, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi homenageado neste domingo (9) em ato na avenida Paulista. Apoiadores do petista ouvidos pelo UOL no evento disseram que o desempenho do candidato foi afetado pela má fase do partido.
"Voto no Brasil está muito parecido com time de futebol", disse o designer Ricardo Lopes, que estava com a mulher, a arquiteta Luciana, e o filho, Antônio, de 4 anos. "Ele [Haddad] está em um partido que hoje é o mais detestado aqui. Então, ninguém está olhando o trabalho dele, estão olhando o time em que ele está. Infelizmente, as pessoas não dão mais valor ao trabalho, e sim à cor da camisa."
Para a bancária Carolina Nakano, a crise política que culminou no impeachment de Dilma Rousseff afetou a disputa eleitoral em São Paulo, mas disse que o prefeito está em melhor forma que seu partido.
"O povo associou muito o político ao PT. Acredito que a derrota não foi do Haddad, mas do PT", afirmou.
Ocupação dos espaços públicos, 'com ou sem Haddad'
A babá Claudilene Souza, integrante do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro), disse esperar que o novo prefeito, João Doria Jr. (PSDB), "dê continuidade aos projetos que o Haddad fez", como manter a avenida Paulista aberta aos domingos.
"Costumava vir muito pouco aqui. Depois que abriu [aos domingos], eu frequento mais. Agora dá para você trazer o filho, passar horas aqui", disse.
A iniciativa de fechar a avenida Paulista e outras vias para veículos aos domingos foi adotada pela gestão Haddad em 2015. Doria disse que pretende manter a decisão, incentivar apresentações artísticas na Paulista e ampliar o número de vias fechadas para carros aos domingos.
Na mesma linha, a bancária Beatriz Cianflone disse ter visto uma "mudança muito grande na ocupação dos espaços públicos" durante a gestão do petista, e afirmou esperar que isso continue com Doria na prefeitura. "Acho que a gente tem que avançar nisso, com ou sem ele [Haddad]."
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