Dilma usa suposto elo entre PSDB e caso Petrobras; Aécio mira violência

Do UOL, em São Paulo

No segundo bloco do debate entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), a presidente citou a denúncia do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto em 2013, teria recebido propina para abafar uma CPI sobre o esquema. Até então, Dilma era obrigada a ficar na defensiva quando o assunto era o escândalo da Petrobras, cujos citados pelos delatores são o PT e outros partidos da base aliada.

Dilma cita elo entre PSDB e caso Petrobras; Aécio mira violência

"O ex-diretor da Petrobras afirmou ao MPF (Ministério Público Federal) que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, recebeu propina para esvaziar uma CPI da Petrobras. Veja o senhor que é muito fácil o senhor ficar fazendo denúncias. Por isso é que eu digo que o que importa, candidato, quando a gente verifica que o PSDB recebeu propina para esvaziar uma CPI, o que importa, candidato? Importa investigar", disse a petista.

"Candidata, aí já vai uma outra diferença profunda entre nós dois. Para mim, não importa de qual partido seja o denunciado, a investigação tem que ir a fundo, e, pela primeira vez, pelo menos, há algo positivo aqui. A senhora dá credibilidade às denúncias do senhor Paulo Roberto. É esse que disse que 2% de todas as obras sob sua responsabilidade iam para o seu partido. E o que a senhora fez durante esse período? Nada", retrucou Aécio.

Na sequência, Aécio citou o elevado número de homicídios no Brasil para criticar a política federal de segurança pública. "Recebi um documento da Unicef, que mostra um dado absolutamente alarmante (...) 24 jovens adolescentes morrem por dia no Brasil. Hoje, nessa quinta-feira, em que nós estamos aqui, 24 mães vão estar chorando o assassinato dos seus filhos. Apenas um país no mundo mata mais por assassinato do que o Brasil."

Na resposta, a presidente afirmou que as gestões petistas do governo federal foram as únicas que implantaram uma política de combate à violência. "Nós temos tido um empenho imenso. E este empenho, candidato, é maior que foi o empenho do senhor no seu governo [em Minas Gerais]. Nós fizemos toda uma política de combate à violência contra os jovens (...) O único governo que fez uma política nacional de combate a violência contra os jovens foi o meu, nos últimos anos."

Nepotismo domina primeiro bloco

No primeiro bloco do debate, Dilma  e Aécio Neves passaram boa parte do tempo trocando acusações sobre nepotismo, ou seja, o emprego de parentes no serviço público.

Dilma questionou Aécio sobre o emprego de sua irmã, Andrea Neves, no governo de Minas Gerais, no período em que ele foi governador (2003-2010), enquanto Aécio questionou o emprego do irmão de Dilma, Igor, no governo de Fernando Pimentel na prefeitura de Belo Horizonte, no período de 2003 a 2006.

"Minha irmã me ajudou muito, é figura extraordinária. Ela trabalhou no governo de Minas Gerais sem remuneração. Se a senhora conhecesse Minas Gerais, saberia o respeito que o Estado tem por ela", disse.

Aécio contraatacou e disse que Igor nunca compareceu para trabalhar na Prefeitura de Belo Horizonte. "A diferença é que minha irmã trabalhou muito e não recebeu, enquanto seu irmão recebeu e não trabalhou", disse ele.

Dilma respondeu que a lei diz que parentes não podem trabalhar "no governo em que nós estamos". Aécio disse que ela usou governo aliado para empregar o irmão.

Disputa voto a voto

Este é o segundo debate entre Aécio e Dilma no segundo turno das eleições presidenciais. O primeiro foi realizado pela Band, na última terça-feira (14), e foi marcado pela troca de ataques entre os adversários. O próximo será organizado pela TV Record, no domingo (19). O embate derradeiro entre os concorrentes ocorrerá no dia 24, sexta-feira, em debate realizado pela TV Globo.

Aécio e Dilma estão empatados tecnicamente nas intenções de voto segundo as últimas pesquisas do Datafolha e do Ibope, divulgadas ontem (15). O tucano está com 51% dos votos válidos, contra 49% da petista.

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