"Vamos derrubar o muro da vergonha, que separa os ricos e os pobres", diz Haddad em seu primeiro discurso
Do UOL, em São Paulo
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou, em seu primeiro discurso logo após o resultado final do segundo turno ser divulgado, que sua gestão vai priorizar a diminuição das desigualdades. "Vamos derrubar o muro da vergonha, que separa os ricos e os pobres", afirmou.
O petista agradeceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva --"viva o presidente Lula", disse. "Agradeço o presidente Lula pela indicação, pelo apoio sem os quais seriam impossível eu lograr qualquer êxito nesta eleição", declarou Haddad.
O petista também agradeceu a presidente Dilma Rousseff. "Quero agradecer fortemente a presidenta Dilma Rousseff pela presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno, pelo estímulo pessoal e o o conforto nos momentos mais difíceis dessa campanha", afirmou.
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Militantes que acompanharam o discurso, quando foi citado o nome de Lula, começaram a cantar o jingle da campanha do ex-presidente, o "olê, olê, olê, olá, Lula". O discurso do petista durou cerca de 13 minutos.
O prefeito eleito também fez referência aos aliados ao agradecer a vice, Nádia Campeão (PC do B), e ainda dos partidos que se juntaram à campanha no segundo turno -- ele citou o deputado estadual Gabriel Chalita (PMDB-SP), que saiu derrotado no primeiro turno das eleições, e o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).
Haddad agradeceu aos seus opositores "que me obrigaram, nesta campanha, a extrair o melhor de mim para poder superá-los em uma disputa limpa e democrática".
O prefeito eleito afirmou que sua vitória representa o "sentimento de mudança que domina a alma do povo de São Paulo". "Ser prefeito pela força da mudança significa não ter tempo a perder, não ter medo de enfrentar, nem ter justificativa a dar para tornar esse sonho realidade. Significa não pedir paciência, nem ter paciência, mas traçar prioridades e unir a cidade em torno de um projeto coletivo", afirmou.
De acordo com Haddad, seu "objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado pela maioria do povo de São Paulo”.
“Somos uma das cidades mais ricas e ao mesmo tempo uma das mais desiguais do planeta. Não podemos deixar que isso siga assim, por tempo indeterminado, exatamente no período em que o Brasil vem passando pelas mudanças sociais mais vigorosas do mundo”, afirmou.
Haddad afirmou que a prefeitura tem de ser responsável pela oferta dos serviços “mais essenciais” como a “saúde, o transporte, a educação, a habitação, entre outros”. “Mellhorar esses serviços é também uma forma de distribuir renda”, afirmou.
Haddad diz que pretende atrair "intelectuais" e "movimentos sociais" para ajudá-lo a governar. "São Paulo tem de voltar a ser farol e antena. Farol para guiar o país. Antena para transmitir o que há de mais moderno", afirmou.
O discurso de Haddad foi acompanhado de perto pelo deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).