Fruet e Ratinho encerram horário eleitoral valorizando "mudança" em Curitiba

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

“Mudança” foi a palavra-chave nos discursos de Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Junior (PSC) no último programa do horário eleitoral gratuito na televisão em Curitiba.

No domingo, um dos dois será eleito prefeito de Curitiba, pondo fim a um ciclo de 24 anos de domínio do grupo político que se originou na gestão de Jaime Lerner (então no PDT, hoje sem partido), que começou em 1989.

Veja íntegra do horário eleitoral de Curitiba desta sexta-feira (26)

O ex-tucano Fruet, apoiado pelo PT, é favorito. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira (25) pelo Datafolha, tem 52% das intenções de voto, ante 35% de Ratinho.

O programa de Fruet abriu o horário eleitoral lançando mão de termos como “mudança”, “inovação”, “esperança” e “bem-vindo ao futuro”.

Fruet, que suas participações nos extremos norte e sul da cidade, falou em “encontro marcado com a mudança”, no domingo. A vice, Mirian Gonçalves, do PT, disse que “Curitiba percebeu a força de nossa parceria com a presidenta Dilma [Rousseff].”

 

Não faltou, porém, cutucada velada nos adversários, por quem foi criticado desde o início da campanha por ter trocado o PSDB por uma aliança com o PT, partido do qual foi crítico à época em que foi deputado federal e sub-relator da CPI dos Correios, que desvendou o mensalão petista.

“O respeito é mais forte que a provocação, e esperança é maior que o medo”, disse o locutor. Ao final, políticos como os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Paulo Bernardo (Comunicações), Brizola Neto (Trabalho e Emprego), Alexandre Padilha (Saúde) e José Eduardo Cardozo (Justiça), além de Cristovam Buarque e Marina Silva, falaram em apoio ao pedetista.

Ratinho fala em “mudança de verdade” na busca dos eleitores de Ducci

Ratinho Junior abriu seu horário falando em “mudança de verdade”. Depois, falou da família --“sou descendente de italiano, e minha esposa, de orientais. Por isso, minhas filhas são meio italianinhas e meio japonesinhas.”

Do pai dele, o apresentador Ratinho, do SBT, o programa repetiu depoimento em que fala do orgulho de ter o filho “trabalhando desde os 14 anos”.

Carlise Kwiatkowski, presidente do Provopar, entidade assistencial do governo do Estado, pediu votos para o candidato do PSC.

Ela dirigiu um apelo a líderes comunitários que “nos últimos anos trabalharam conosco para erradicar a miséria em Curitiba” em favor de Ratinho Junior. No período, a cidade foi administrada por Beto Richa (PSDB, atual governador) e Luciano Ducci PSB).

Na quarta-feira, o UOL informou que o deputado federal Fernando Francischini (PEN) disse que Richa preferiu que ele apoiasse o candidato do PSC.

Francischini, já nomeado “super-secretário da Segurança Pública”, num eventual governo de Ratinho, também apareceu no programa. Prometeu uma “ofensiva ao crime como nunca foi feito nesta cidade”, apesar da área mais relacionada ao governo do Estado.

Também em busca dos eleitores de Ducci --que ficou de fora do segundo turno por uma diferença de 4.402 votos para Fruet--, o candidato do PSC prometeu “concluir todas as obras que estão em andamento, e fazer obras como terminal do Tatuquara e o metrô”, duas promessas da campanha de reeleição do atual prefeito.

Mas também houve tempo para provocar os adversários. “Meus adversários fizeram campanha de dúvida e preconceito. Ataques contra nome, família e propostas. Mas tive apoio em todos os bairros”, falou Ratinho, se referindo a críticas que recebeu de Fruet (que disse que votar em Ratinho seria uma “aventura”) e Ducci, que explorou sua inexperiência.

“Não podemos deixar que o preconceito vença essa eleição. Tenho muito orgulho de ser quem sou. Ser jovem não podem ser impedimento para ser prefeito. Ser jovem não é defeito”, argumentou o candidato, de 31 anos.

“Se você já está conosco, consiga mais um, dois, três votos”, disse, num apelo para reverter o quadro mostrado pelas pesquisas. “Vamos ganhar a eleição também no segundo turno.”

No rádio

Se, na televisão, o clima do último programa foi mais ameno, houve mais espaço para ataques no rádio. “Fruet, depois de um primeiro turno raivoso, quis se apresentar como um anjo, seguindo conselhos de companheiros de ocasião que querem acampar na prefeitura”, disse o locutor do programa de Ratinho Junior.

Já o pedetista buscou fortalecer o eleitorado na região sul, a maior e mais populosa da cidade, onde perdeu para Ratinho no primeiro turno.

Mais informações sobre as eleições em Curitiba.

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