Líder nas pesquisas, Haddad adota tom agressivo para responder a Serra sobre corrupção e saúde

Julianna Granjeia

Do UOL, em São Paulo

Líder nas pesquisas do segundo turno e novato em campanhas eleitorais, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, se mostrou mais agressivo no debate SBT/UOL, realizado nesta quarta-feira, do que nos outros.

De gravata vermelha, como é comum nos debates que participa, o petista, inclusive, recorreu à ironia --que é uma característica mais associada a seu adversário José Serra (PSDB)-- para responder as questões.

No primeiro bloco, apesar de muito sério, Haddad se mostrou à vontade ao rir quando Serra o chamou de Fernando e disse invejar a capacidade do petista de fugir das perguntas.

Haddad, que não teve agenda pública nesta quarta-feira (24) para ficar "imerso em relatórios e números", apresentou ainda no início do debate algumas dessas estatísticas. Elas surgiram quando o candidato petista questionou Serra sobre segurança.

Ao mostrá-las, Haddad levantou a folha em que elas estavam, como que para os telespectadores pudessem ver os números, de maneira firme, sem tremer as mãos.

Mãos que, enquanto o adversário falava --ou quando é abordado por jornalistas em seus compromissos de campanha-- sempre ficam inquietas. Haddad também se mostrou mais à vontade em discursar usando a forma coloquial de falar, evitando o academicismo de professor doutor e se aproximando do eleitor.

Dedo em riste para combater associação com o mensalão

A agressividade de Haddad veio à tona de maneira mais visível quando a corrupção, tema escolhido pelos internautas e abordado no segundo bloco, passou a ser discutida.

Quando Serra usou o julgamento do mensalão e a condenação de lideranças petistas por formação de quadrilha e corrupção ativa, Haddad levantou a voz e respondeu com o dedo em riste.

"Serra, o teu desrespeito chega às raias da insanidade, trazer mensalão para cá? Do que você está falando? Você me conhece o suficientemente para saber que eu tenho 12 anos de vida pública, 30 anos de vida acadêmica, que tenho uma reputação ilibada, não há sequer uma suspeita, à frente do Ministério da educação, onde eu administrei."

Depois de falar sobre sua proposta de criar a controladoria-geral do município, Haddad tentou amenizar o tom e afirmou que estava preocupado com a prefeitura e não em ofender o adversário.

Campanha atribui tom "mais assertivo" a "boatos e mentiras" de Serra

Outro momento de agressividade de Haddad foi quando Serra falou sobre o fim das parcerias entre organizações sociais e hospitais públicos --estratégia tucana nessa reta final, já que o PT tem uma ação na Justiça contra esse tipo de convênio.

“Serra, você vem falar de Santa Marcelina para mim? Quem autorizou o curso de medicina do Santa Marcelina fui eu como Ministro da Educação, eu vou fechar um curso que eu mesmo abri? Você acha que a população vai acreditar em você mais uma vez, ela sabe quem mente e quem fala a verdade”, afirmou o petista.

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Embora o tom mais agressivo tenha ficado evidente para quem acompanha o candidato, os coordenadores da campanha afirmam que não foi intencional e que o petista se saiu bem.

“O fato da campanha de Serra ter espalhado boatos e mentiras sobre as propostas de Haddad fez com que ele fosse mais assertivo”, afirmou o vereador Antonio Donato, um dos coordenadores da campanha petista.

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