Haddad rebate Serra e diz que vai manter contratos de hospitais com organizações sociais

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, negou que pretenda acabar com os contratos de OSS (Organizações Sociais da Saúde) para a administração de hospitais públicos. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (17) em entrevista à rádio CBN e foi uma resposta a José Serra (PSDB), adversário do petista no segundo turno.

"Quem formatou a lei das PPPs (Parcerias Público-privadas) foi eu, a convite do ministro [da Fazenda] Guido Mantega. Continuarei com os atuais contratos das OSS", afirmou Haddad.

Na noite desta terça-feira (16), Serra afirmou em sua propaganda no horário eleitoral que Haddad iria pôr fim aos contratos da Prefeitura com as OSS. Por meio desse tipo de contrato, hospitais como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein são responsáveis pela administraçao de hospitais públicos do município.

"O Haddad e o PT são contra a parceria atual entre a prefeitura e as Organizações Sociais da Saúde. Ora, se elas acabassem, isso impediria, por exemplo, que o hospital Sírio-Libanês cuidasse do hospital Menino Jesus da prefeitura, como acontece hoje. O Haddad e o PT são contra isso, o que é um absurdo. Fazem politicagem, com um assunto sério", afirmou o candidato tucano em seu vídeo do horário eleitoral.

Nesta quarta-feira, na entrevista à CBN, Haddad negou a afirmação do tucano e disse que irá manter os contratos. O candidato do PT disse ainda que pretende implantar a fiscalização do Tribunal de Contas do Município sobre as parcerias com as OSS, medida, segundo ele, já prevista nos contratos.

"Tem uma coisa que preciso deixar claro. Os contratos com as OSS permanecem, mas com a fiscalização que o Tribunal de Contas exige. Hoje [as parcerias] estão sem fiscalização. O contrato prevê, mas a prefeitura não faz", afirmou Haddad.

O petista explicou ainda que, apesar de ser favorável às OSS, é contra à lei estadual que permitiria que os hospitais públicos de São Paulo destinassem até 25% dos leitos para o atendimento por convênios de saúde privados.

"Isso causaria um colapso. Felizmente, a Justiça impediu o governo do Estado de fazer isso", disse o candidato.

Apoio de Maluf

Em outro ponto da entrevista, no qual ouvintes enviaram perguntas ao candidato, Haddad teve que responder sobre sua aliança com o PP, do deputado federal Paulo Maluf (SP). Nesta terça-feira (16), Maluf subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para elogiar a candidatura de Haddad em São Paulo.

"Ser apoiado é muito diferente de apoiar. O [ex-presidente] Fernado Henrique Cardoso apoiou ele [Maluf] para o governo do Estado. Eu nunca apoiei ele [Maluf, em eleições]", afirmou Haddad.

O apoio de Maluf à candidatura de Haddad tem sido usado como munição contra o petista pela campanha de Serra. No entanto, em seu pronunciamento na Câmara, Maluf afirmou que antes de fechar a aliança com o PT foi procurado por Serra, por duas vezes, em sua casa, para negociar seu apoio ao candidato do PSDB.

Quatro anos na prefeitura

Haddad também se comprometeu a permanecer os quatro anos de mandato no cargo, caso seja eleito. O candidato assinou um documento, enviado por e-mail à rádio pelo jornalista Gilberto Dimenstein, que participou da entrevista.

"Não há nenhuma hipótese de que eu deixe a prefeitura antes do término do mandato. Vale minha palavra e minha assinatura", disse Haddad.

Na eleição municipal de 2004, Serra assinou documento semelhante, também a pedido de Dimenstein, durante sabatina do jornal "Folha de S. Paulo". O documento está sendo usado contra o candidato tucano pela campanha do PT, porque Serra deixou o cargo para concorrer ao governo do Estado, em 2006.

Nesta campanha, Serra tem reforçado que irá cumprir o mandato até o final. Ontem, em entrevista à mesma rádio, o tucano reforçou a intenção de cumprir o mandato, mas não assinou o documento.

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