Para Haddad, Chalita herdou votos de eleitores que rejeitam Serra

Juliana Granjeia

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou antes de uma carreata no Jardim Ângela (zona sul), que o crescimento do candidato do PMDB, Gabriel Chalita, nao é uma "pedra no sapato" do PT na reta final da campanha.

Para o petista, Chalita angariou votos de eleitores que rejeitam o candidato do PSDB, José Serra.

"[Chalita] tem crescido numa zona intermediária que recusa o Serra. A rejeição ao Serra faz com que uma parte da população procure uma alternativa diante, sobretudo, da queda nas pesquisas do Russomanno. Tem um pessoal que está deixando o Serra e não aceita o Russomanno. Então, ele [Chalita] captura uma parte importante desses votos", disse.

Haddad afirmou que vai "naturalmente crescer" nesses últimos dias de campanha e que estará no segundo turno. A intenção, de acordo com ele, é repetir a aliança do governo federal em São Paulo.

"Tem muita gente se decidindo ainda nesses últimos três dias, sobretudo na periferia. O PT é um partido de chegada. O povo vai nos próximos dias se informar, conversar com os parentes, com os colegas de trabalho e nós vamos estar no segundo turno tranqüilamente", afirmou.

Religião 

O candidato do PT também comentou as criticas do pastor Silas Malafai e do bispo Edir Macedo, líder da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) e dono da Rede Record, que publicou nesta quarta-feira (3) em seu blog uma carta que defende a candidatura de Celso Russomano, candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, e faz ataques diretos a Haddad

O petista informou ainda ontem que uma carta em reposta seria enviada ao blog ainda hoje. Ele disse ser defensor do estado laico e afirmou que as igrejas não deveriam ser instrumentalizadas.

"Igreja é igreja e política é política. Misturar as duas coisas, onde aconteceu, não deu certo. Pode pegar qualquer lugar do mundo, onde a religião e a política se confundem traz um sentimento ruim para a população, cresce a intolerância, crescem os conflitos desnecessariamente".

Segundo Haddadm "cada um tem sua fé e o estado tem que defender a liberdade religiosa e combater a intolerância religiosa, mas penso que é um equivoco que as igrejas sejam instrumentalizadas a favor de um partido e menos ainda a favor de um candidato. Isso não é bom para a democracia brasileira".

Leia mais sobre as eleições em São Paulo

UOL Cursos Online

Todos os cursos