Marta diz que Russomanno faz pilantragem e comércio com angústia do povo

Julianna Granjeia

Do UOL, em São Paulo

A ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), atacou Celso Russomanno, neste sábado (15), dizendo que o candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, líder nas pesquisas de intenção de voto, "faz pilantragem e comércio com a angústia do povo". O discurso aconteceu durante comício do candidato do PT à prefeitura da cidade, Fernando Haddad, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo --região mais visitada por Russomanno durante a campanha (veja infográfico abaixo).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também esteve presente e falou por cerca de 12 minutos. O comício é o primeiro da campanha do petista a reunir os dois expoentes do partido. Os três também participaram de um outro segundo na Cidade Dutra --também zona sul-- após saírem do Capão.

O discurso de Marta foi o mais duro ataque da campanha petista contra Russomanno.

"Aquilo que ele faz é pilantragem, é negócio. Ele [Celso Russomanno] faz comércio com a angústia do povo, com a infelicidade, com a tristeza das pessoas. Algumas pessoas ele ajuda realmente, outras ele usa para fazer comércio", disse Marta, que esta semana tomou posse no ministério do governo Dilma Rousseff. Adversários do PT atribuíram a escolha a entrada da ex-senadora na campanha de Haddad.

Marta disse ainda que é preciso "desconstruir o candidato", que ela chamou de "lobo vestido de cordeiro". "Porque na televisão tudo é lindo, no programa de defesa do consumidor tudo é lindo, mas é preciso descontruí-lo porque o que ele faz é negócio", declarou.

Russomanno é o candidato que mais vai para as ruas

  • Arte/UOL

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Ataques a Serra

O ex-presidente Lula criticou o segundo colocado nas pesquisas, José Serra (PSDB). Como se desse conselhos ao candidato petista, o ex-presidente disse para Haddad não se preocupar com a agressividade do tucano.

"Ele anda muito agressivo. Tem quase a minha idade e a gente depois dos 60 tem que ser mais calmo. Então, Fernando, você não tem que se preocupar com a agressividade dele. Os médicos falaram para mim, carma, então ele também tem que ter 'carma'. Os médicos dele é que precisam se preocupar, porque nessa idade é mais fácil ter enfarte”, disse Lula. 

Tanto Lula quanto Haddad fizeram referência à saída de Serra da prefeitura, em 2006, após cumprir menos da metade do mandato, para concorrer ao governo do Estado. Lula disse que "na primeira chuva ele correu, nem esperou a segunda".

Em seu discurso, Haddad elogiou os governos de Lula e da presidente Dilma e também criticou Serra. Haddad chamou o tucano de "candidato de meio mandato" e afirmou que o atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado de Serra, é "candidato de meio expediente".

"Um candidato perguntou por que a Dilma estava 'metendo o bico' em São Paulo. Ele teve a petulância de perguntar. O bico ela não vai meter bem porque ela não é tucana", ironizou o petista.

“Não vamos nos deixar levar pelo nervosismo do Serra. A Dilma comeu o pão que o diabo amassou por causa dele e ela está ai ostentando popularidade", disse Haddad.

Nos dois comícios, Lula não comentou as acusações de que teria envolvimento com o esquema do mensalão. Reportagem da revista "Veja" desta semana diz que o empresário Marcos Valério de Souza acusou o ex-presidente de chefiar o mensalão e que o PT usou R$ 350 milhões no esquema. O ex-presidente não atendeu a imprensa após os eventos.

O STF (Supremo Tribunal Federal) já condenou Valério, considerado operador do mensalão, por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e peculato (desvio de dinheiro). Valério ainda precisa ser julgado por evasão de divisas e formação de quadrilha.

A revista informa que a reportagem foi feita com base em revelações de parentes, amigos e associados de Valério. 

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