No Twitter, Marta diz que Serra "mente" e que "fabricou caos" em São Paulo

Do UOL, em São Paulo*

A ex-prefeita de São Paulo e atual senadora Marta Suplicy (PT) rebateu nesta terça-feira (4) no Twitter as críticas que José Serra, candidato do PSDB ao comando da capital paulista, fez à gestão dela (2001-2004).

Em seu programa no horário eleitoral na TV, Serra afirmou que encontrou a prefeitura “falida” em 2005.

“José Serra mente. Usou de má-fé no passado e continua com o mesmo expediente. Em janeiro de 2005 Serra poderia pagar todos os compromissos que venciam naquele mês porque dispunha de dinheiro em caixa”, escreveu Marta no microblog.

“Deixamos na PMSP [Prefeitura Municipal de São Paulo] R$ 358,6 milhões, para contas que somavam R$ 267 milhões. Superavit de mais de R$ 91 milhões, segundo constatou o TCM [Tribunal de Contas do Município]”, continuou Marta.

A ex-prefeita disse ainda que o tucano "fabricou caos" em São Paulo.

“Serra arrecadou, até o final de junho de 2005, mais de R$ 7,42 bilhões e teve despesas de pouco mais de R$ 5,15 bilhões. Serra deixou mais de R$ 2,27 bilhões investidos no mercado financeiro, em meados de 2005. Poderia ter pago credores da PMSP. Fabricou caos!"

Hoje, Serra voltou a criticar a gestão de Marta.

"Pior do que qualquer coisa é o abandono em que a cidade ficou quando eles [PT] tiveram a prefeitura. Deixaram apenas R$ 16 mil reais em caixa, fila de 13 mil credores, postos de saúde sem remédios, obras paradas e a grande obra que fizeram foram os túneis dos Jardins, obras sem nenhuma prioridade que inundaram logo depois e que custaram uma fortuna", disse o tucano durante encontro com mulheres na Penha (zona leste).

José Serra diz que PT abandonou a Prefeitura de São Paulo

Serra foi eleito prefeito em 2004 em uma disputa contra Marta. Em 2006, com menos de um ano e meio no comando da prefeitura, o tucano deixou o cargo para se candidatar ao governador do Estado.

Para justificar a saída da prefeitura, Serra tem dito que fez isso porque o "PT ia quebrar o Estado assim como quebrou a prefeitura". Ontem, o tucano usou pela primeira vez sua propaganda eleitoral na TV para comentar o caso.

No programa, Serra diz que “o Estado estava ameaçado de cair nas mãos do PT”. “Você [eleitor] me entendeu, me apoiou e me elegeu [governador] no primeiro turno”, disse.

A saída de Serra, que havia se comprometido a permanecer no cargo até o fim, é um dos fatores que explica sua rejeição recorde: de acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 29, 43% dos eleitores disseram que não votariam em Serra "de jeito nenhum".

Em nota divulgada no início da noite desta terça, Alexandre Schneider, candidato a vice-prefeito de Serra, afirmou que quanto mais mentiras [Marta] falar, mais verdades serão ditas”.

Ele afirmou que existe extrato bancário que comprova que no dia 1º de janeiro de 2005, havia na conta corrente da prefeitura R$ 16 mil. Também disse que a ex-prefeita emitiu cerca de R$ 10 milhões em cheques sem fundo. Por ter deixado de pagar a parcela da dívida do município, Schneider afirmou que o governo federal bloqueou R$ 55 milhões da prefeitura e que no dia 31 de dezembro de 2004, a prefeitura cancelou 8 mil empenhos, de serviços autorizados, prestados e não pagos.

“Agora faz um triste papel ao assumir o papel de dirigir ataques terceirizados aos adversários de Haddad, que foi chefe de finanças da Marta, criou a taxa de lixo, a taxa de iluminação e o maior aumento de IPTU da história recente da cidade. E, bom lembrar: no meio do desastre, se mandou pra Brasília, deixando Marta com o rojão da falência na mão”, disse o tucano na nota.

SERRA EXPLICA EM PROGRAMA NA TV POR QUE DEIXOU A PREFEITURA

Marta na campanha

Reportagem da “Folha de S.Paulo” desta terça-feira diz que Marta vai participar neste mê de pelo menos seis comícios de Haddad e que já gravou cinco mensagens para o programa eleitoral do petista na TV.

Marta anunciou que ajudaria Haddad na semana passada, após um boicote de dez meses à campanha. Ela queria ser candidata, mas foi forçada a desistir por pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

*Colaborou Julianna Granjeia

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