Prefeito de Londrina (PR) presta depoimento sobre suspeita de compra de votos na Câmara

Emerson Dias

Do UOL, em Londrina (PR)

O prefeito de Londrina (379 km de Curitiba), Homero Barbosa Neto (PDT), prestou depoimento na tarde desta terça-feira (2) ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre um suposto suborno de vereadores na votação sobre a criação de uma Comissão Processante (CP) para investigar irregularidades da administração pública. Barbosa é pré-candidato à reeleição.

Investigações do Gaeco em conjunto com o Ministério Público (MP) já resultaram em cinco prisões. Na terça-feira da semana passada (24), foram presos um empresário e o ex-secretário de Gestão Pública e atual coordenador da pré-campanha do prefeito, Marco Antonio Cito, acusados pelo MP de oferta de R$ 80 mil em propina ao vereador Amauri Cardoso (PSDB), da oposição, para que ele votasse contra a instalação da CP. Hoje, Cardoso pediu proteção policial.

O depoimento desta quarta começou às 14h e durou cerca de duas horas. O prefeito Barbosa tem foro privilegiado e pediu ao delegado Alan Flore do Gaeco que a conversa fosse feita reservadamente no gabinete.

“Nós entendemos que o depoimento do prefeito era de fundamental importância. Não podemos detalhar nada porque o nosso prazo para as investigações termina amanhã”, disse o delegado ao UOL, referindo-se ao limite da prisão preventiva dos primeiros suspeitos.

“Ressaltamos que o prefeito colaborou e respondeu todos os questionamentos que fizemos”, disse Flore.

Barbosa declarou que tem colaborado com a Justiça e disse que vai aguardar a divulgação das gravações que incriminariam pessoas próximas ao seu gabinete para tomar medidas administrativas.

“As provas precisam ser mostradas porque um flagrante armado também é crime. Não podemos nos basear somente na denúncia de um adversário político”, disse Barbosa, referindo-se às prisões em flagrante de Cito e do representante da empresa que presta serviço de coleta ao município Ludovico Bonato.

Além de Cito e Bonato, também foram presos o chefe de gabinete do prefeito, Rogério Ortega, e também Alysson de Carvalho, diretor de planejamento da Sercomtel, empresa de telefonia pública.

Segundo Flore e também o promotor Cláudio Esteves, depoimentos apontam o dinheiro do suborno teria saído do caixa da empresa. Nenhum dos dois foi afastado dos cargos públicos que ocupam.

O último preso no escândalo foi o vereador Eloir Valença (PHS), da base de apoio ao prefeito, mas que era adversário do prefeito até semanas atrás --ele foi eleito pelo PT. A detenção destes três últimos foi decretada ontem, em pleno feriado.

Enquanto o grupo era encaminhado à penitenciária, Valença passou mal e foi levado ao Hospital do Coração, onde continua internado.

Em meio aos escândalos, a CP foi finalmente aprovada na última quinta-feira (26), mas ainda está incompleta. Hoje, foram feitos dois sorteios para completar o grupo. Depois de quatro recusas de vereadores, a CP foi composta por: Roberto Kanashiro (PSDB), como presidente, Sandra Graça (PP) e Antenor Ribeiro (PSC).

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