20/09/2010 - 23h38

Em debate, Plinio ataca Marina, que critica Serra, que ironiza Plínio

Maurício Stycer *
Do UOL Eleições
Enviado ao Recife (PE)
  • Presidenciáveis Marina Silva (PV), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e José Serra (PSDB) debatem no SBT

    Presidenciáveis Marina Silva (PV), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e José Serra (PSDB) debatem no SBT

Sem Dilma Rousseff (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, o debate promovido pelo SBT e pelo Jornal do Commercio no Nordeste –com participação de dez retransmissoras- levou os candidatos à Presidência da República a escolherem alvos alternativos nesta segunda-feira (20).

Candidato que não pontua na maioria das pesquisas, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) mirou especialmente Marina Silva (PV), que, com sua “ingenuidade”, é “a candidata mais conservadora nas questões econômicas”.

A ex-ministra, além de reclamar do socialista, criticou o segundo colocado nas sondagens, José Serra (PSDB), classificando como “eleitoreira” sua proposta de ampliar o programa Bolsa Família. Também reclamou do tom de perguntas do ex-governador.

Já o tucano saiu da defensiva em relação às ironias de Plínio ao dizer que o candidato do PSOL foi assessor de Carvalho Pinto, governador de São Paulo entre 1959 e 1963, que era um político “muito, mas muito mais conservador que Marco Maciel”. O socialista disse que o senador do DEM é um dos coroneis responsáveis pelo atraso do Nordeste.

Plínio esperou até o penúltimo bloco para devolver. “Eu fui da direita para a esquerda. Eu que contribui para você, menino da UNE, virar um menino da esquerda coerente. Mas você virou isso aí, da direita. Não ensinei direito”, disse.

O candidato do PSOL chegou a abrigar "Zé", como ele chama Serra, em sua casa quando vivia nos Estados Unidos. Ambos militaram em um grupo esquerdista dentro da Igreja Católica na década de 60, a Ação Popular. Com a reabertura política, no início da década de 80, Plínio seguiu para o PT e Serra permaneceu no PMDB, de onde sairia para fundar o PSDB.

No campo das propostas, o segundo colocado nas pesquisas rejeitou a sugestão de Marina de que promete ampliar o programa Bolsa Família por motivos eleitorais. Serra se comprometeu a criar um 13º para os beneficiários e repetiu as propostas de reajuste de 10% para aposentados e de salário mínimo de R$ 600.

Acompanharam Serra sua mulher, Monica, e uma grande delegação pernambucana: o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, os candidatos ao Senado Marco Maciel (DEM) e Raul Jungmann (PPS) e o candidato do PMDB ao governo Jarbas Vasconcelos.

Marina e Plínio foram acompanhados dos candidatos de seus partidos ao governo pernambucano, respectivamente, Sergio Xavier e Edilson Silva.

Ausência de Dilma

A petista informou há menos de uma semana que não conseguiu conciliar o debate com outros eventos da campanha previamente agendados. Durante a manhã, Dilma participou um evento político em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Sua agenda não tinha compromissos para a noite.

“Lamentamos profundamente a ausência de Dilma”, diz Luiz Gurgel, coordenador-executivo do SBT Nordeste e diretor da TV Jornal, de Recife, sede do debate. “Se tivesse sido sugerida uma outra data, poderíamos ter tentado negociar. Mas não houve esta sinalização”, diz Gurgel.

Durante o debate, os presidenciáveis criticaram a ausência da rival. Serra disse ainda que, em uma reforma política que promoveria se eleito, estará incluída a obrigação de candidato comparecer a debates durante a campanha. Marina afirmou que a ausência de Dilma é "uma ingratidão" com a região que, proporcionalmente, mais votos dá à petista.

No debate realizado na TV Gazeta, em São Paulo, a ausência de Dilma foi sublinhada pela emissora, que deixou uma cadeira vazia, e pelos três outros candidatos, que fizeram muitas críticas à petista. Segundo o UOL Eleições apurou, uma pesquisa interna indicou que o impacto das críticas não ajudou quem as fez.

Neste debate, o SBT optou por informar no início de cada bloco que Dilma foi convidada, mas alegou que, por problemas de agenda, não pode participar. Serra, Marina e Plínio fizeram críticas à ausência da petista, mas sem a mesma ênfase do outro debate.

* Colaborou Maurício Savarese, em São Paulo
 

 

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