21/09/2010 - 00h51

Sem pontos nas pesquisas, Plínio faz gesto para reagrupar PSOL em debate

Maurício Stycer *
Do UOL Eleições
Enviado ao Recife (PE)

Após meses de disputas internas, briga pelo controle do site do partido e cabo de guerra pela candidatura própria ao Palácio do Planalto, o candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, fez um gesto nesta segunda-feira (20) para acalmar os atritos com a presidente da sigla, Heloisa Helena, candidata ao Senado por Alagoas.

No debate organizado pelo SBT para discutir problemas do Nordeste, o socialista pediu votos para Heloísa, a candidata do partido ao Palácio do Planalto em 2006. Nestas eleições, ela preferia ver a sigla formada por dissidentes do PT apoiando Marina Silva (PV).

No fim das mais de duas horas de discussão, Plínio, que venceu a disputa interna pela candidatura graças à seção paulista do partido, pediu votos para Heloisa. A ex-senadora tem em seu Estado adversários políticos polêmicos e defensores da presidenciável Dilma Rousseff (PT).

“Peço a vocês de Alagoas: votem na nossa presidenta, Heloisa Helena. O Collor e o Renan estão massacrando a Heloisa”, disse o candidato do PSOL durante o debate, referindo-se ao candidato ao governo Fernando Collor (PTB) e ao postulante ao Senado Renan Calheiros (PMDB).

Depois, em entrevista coletiva, disse que está “tentando recompor a unidade do partido”. “Fiz um gesto. Vou dar a mão à Heloisa”, afirmou. Desde o ano da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Plínio e Heloísa duelam pela hegemonia no partido.

Próxima de Heloísa, a candidata do PV é a adversária que recebe mais críticas do socialista, que a chama de “ingênua”, “ecocapitalista” e “mais conservadora nas questões econômicas”. Antes da campanha, Marina chegou a viajar a Maceió para conversar com a presidente do PSOL sobre o apoio do partido nas eleições presidenciais.

A disputa interna dificultou a mobilização do partido nestas eleições. Recentemente questionada sobre o desempenho de Plínio em um dos debates na televisão, Heloísa respondeu: "Não vi".

* Colaborou Maurício Savarese, em São Paulo
 

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