Nos Estados, tucanos pretendem explorar 'quebra de sigilo' contra adversários petistas

Durante a última semana, o presidenciável José Serra (PSDB) dedicou boa parte de seus discursos e tempo no horário eleitoral gratuito para responsabilizar a adversária Dilma Rousseff e o PT pela violação de dados sigilosos de sua filha, Verônica Serra, e outras pessoas ligadas ao PSDB. Nas próximas semanas, o tucano deve ganhar um reforço nas acusações: os tucanos que disputam o governo estadual com petistas se preparam para explorara o tema em suas campanhas.

Em São Paulo, Geraldo Alckmin citou o caso em seu programa de rádio e TV no horário eleitoral de sexta-feira (3). "Violaram o imposto de renda da filha de José Serra. Isso é crime. Não é a primeira vez que pessoas próximas a José Serra têm sua privacidade devassada. Não é a primeira vez que adversários de Serra tentam prejudicá-lo. A quem interessa mais essa armação contra Serra?", questionou o locutor do programa. No programa do tucano na TV, o próprio tucano falou sobre o assunto.

No Rio Grande do Sul, Cláudio Diaz, coordenador de campanha de Yeda Crusius, candidata do PSDB ao governo estadual, disse ao UOL Eleições que o caso “não só vai ser usado na campanha como é o único jeito de mostrar ao Brasil a farsa que é este governo”, em referência ao PT.

“É muito estranho a Polícia Federal investigar a Receita Federal. E outra: o passado dessa moça [Dilma Rousseff], quer dizer, será que é isso mesmo o que o Brasil quer?”, completou Diaz. O coordenador também declarou que as denúncias de irregularidades nos contratos do Banrisul contra Yeda estão sendo feitas “a mando do PT”.

Já a coordenação de campanha de Simão Jatene (PSDB-PA), disse que “apesar de ser um assunto nacional, está avaliando o melhor momento para abordar o assunto na campanha local, até como estratégia para questionar algumas informações apresentadas pela campanha da petista Ana Júlia Carepa".

Candidato ao governo do Acre, Tião Bocalom (PSDB) já gravou programas para o horário eleitoral abordando o tema. O primeiro deve ir ao ar na próxima segunda-feira (6). “Temos que explorar esse tema, pois se encaixa com tudo o que eles fazem aqui. Aqui eles mandam em tudo”, disse o tucano que tem como principal adversário o petista Tião Viana, líder nas pesquisas de intenção de voto.

Para o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, as iniciativas dos adversários nos Estados fazem parte de uma estratégia de quem está perdendo. “Isso é coisa de campanha, quem está atrás bate em quem está na frente”.

Segundo Dutra, o PT não está preocupado com os ataques ou efeito das acusações nas campanhas estaduais. “A nossa posição é a mesma. Vamos continuar a campanha nacional normalmente e dizendo que não temos nada a ver com o caso”, afirmou Dutra.

Aliado de Serra, Jarbas Vasconcelos, do PMDB, explora assunto

O senador e candidato ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que é aliado de Serra, também explorou o episódio em seu programa na TV no horário eleitoral.

O peemedebista afirmou em seu programa de sexta-feira (3) que já denunciou várias vezes “o aparelhamento de órgãos e instituições federais” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo PT. "É lamentável. Esse já é o quinto, sexto, sétimo, oitavo caso de violação de sigilo fiscal", disse o candidato.

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