02/09/2010 - 21h15

Serra aprofunda ataques a Dilma por quebra de sigilo e compara petista a Collor

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, usou o horário eleitoral da noite desta quinta-feira (2) para aprofundar os ataques à campanha de sua adversária, a petista Dilma Rousseff, pela quebra de sigilo do Imposto de Renda de pessoas ligadas ao PSDB e de sua filha, Verônica Serra.

Horário eleitoral da noite de quinta (2)

"Minha filha é mãe de três crianças pequenas, uma mulher honrada (...) que nunca se meteu em política. Eu estou indignado", afirmou o tucano, cuja propaganda já havia abordado o episódio na tarde desta quinta, mas sem que Serra falasse pessoalmente sobre o assunto.

Uma servidora da Receita Federal acessou, em setembro de 2009, a declaração de renda da filha de Serra com uma procuração falsa em nome de Verônica. Outras pessoas ligadas ao PSDB tiveram seu sigilo fiscal quebrado, como Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado.

Para Serra, os sigilos foram quebrados pela campanha de Dilma na tentativa de obter informações para um dossiê que pudesse incriminar o candidato tucano. A campanha da petista nega, e a própria ex-ministra da Casa Civil prometeu processar o rival por conta das acusações, tidas por ela como "levianas".

Assim como na peça veiculada à tarde, foi citada a quebra de sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa. Em 2006, Francenildo afirmou ter visto o então ministro da Fazenda Antonio Palocci em reuniões com lobistas e prostitutas na mansão onde trabalhava, em Brasília. Pouco tempo depois, o sigilo bancário do caseiro foi quebrado. O episódio resultou na saída de Palocci do cargo.

"Se continuar assim, todos nós seremos Francenildos", afirmou Serra. A propaganda do tucano também buscou associar a candidata petista ao ex-presidente Fernando Collor. "A mesma baixaria contra a filha do Lula agora é usada contra a filha do Serra", afirmou o locutor do programa, que em seguida exibiu imagens de Collor declarando apoio a Dilma.

Nas eleições presidenciais de 1989, o então candidato Fernando Collor exibiu em seu programa eleitoral uma ex-namorada de Luiz Inácio Lula da Silva afirmando que Lula teria lhe oferecido dinheiro em troca do aborto de Lurian, filha nascida do relacionamento entre os dois.

O tema foi ignorado mais uma vez na propaganda da candidata do PT, que exibiu obras do PAC -com destaque especial à revitalização da indústria naval. "O Brasil passou muito tempo parado. Sem projetos, sem obras, sem planejamento. Agora a situação é bem diferente", afirmou Dilma. No programa, Lula foi chamado de "o maior presidente da nossa história".

Marina Silva, do PV, voltou a veicular peça em que ataca a "chantagem emocional" promovida pela campanha dos candidatos que lideram as pesquisas. Segundo o último levantamento do Datafolha, Dilma tem 49% das intenções de voto, ante 29% de Serra e 9% da candidata verde.

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