Em meio a crise com PSDB, DEM realiza convenção nacional em Brasília

O DEM (Democratas) realiza sua convenção nacional nesta quarta-feira (30) em meio a uma crise com o PSDB envolvendo a indicação do nome que integrará a chapa do presidenciável José Serra (PSDB) na condição de vice. O encontro acontece no Hotel Gran Bittar, em Brasília.

As desavenças começaram quando a cúpula tucana indicou o nome do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para o posto. Principais aliados do PSDB, os democratas sentiram-se desprestigiados por não terem sequer sido consultados sobre a indicação.

Até o início da noite de ontem, ainda não havia acordo sobre a nomeação. Depois de uma reunião entre dirigentes das duas legendas nesta terça-feira (29) em São Paulo, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que o "casamento" entre os partidos estava "em crise".

Para aprofundar a confusão, a concorrente de Serra na disputa pelo Palácio do Planalto tomou a dianteira nas pequisas de intenção de voto. Dilma Rousseff (PT) tem a preferência de 40% do eleitorado, contra 35% do tucano, de acordo com levantamento Vox Poppuli divulgado na noite de ontem.

Em queda

Com seus altos e baixos, o enlace DEM-PSDB dura ao menos 16 anos, quando o partido indicou Marco Maciel para ser vice na chapa do sociólogo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governaria o país entre 1995 e 2002. Nesse período, o então PFL (Partido da Frente Liberal) sempre esteve ao lado dos tucanos, seja no Congresso ou nas políticas implementadas pelo governo federal.

Quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da República, em 2003, a sigla - oriunda da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação da ditadura militar - imediatamente migrou para a oposição, onde permanece até hoje.

De lá para cá, porém, foi prejudicada pela alta popularidade do primeiro operário a se tornar presidente do Brasil. Nas eleições presidenciais de 2002, o partido conquistou 73 cadeiras na Câmara e teve 4 governadores eleitos. Quatro anos depois, viu sua bancada diminuir para 54 deputados, e elegeu apenas 1 governador.

Atualmente, conta com 56 deputados federais na Câmara, outros 14 parlamentares no Senado e não tem nenhum governador. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o partido conta com 1.102.062 filiados em todo o país.

Em sua primeira convenção nacional desde que deixou de se chamar PFL, o DEM deve formalizar candidatos próprios ao governo do Distrito Federal, com Alberto Fraga, e do Sergipe, com João Alves. Já foram lançadas as candidaturas de Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte; do ex-governador Paulo Souto, na Bahia; e de Raimundo Colombo, em Santa Catarina.

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