O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), apareceu na noite desta quarta-feira (20), no "horário nobre" da propaganda eleitoral gratuita na televisão, para declarar apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB). Desde o início da campanha oficial, Serra ainda não esteve em nenhum evento público ao lado do seu companheiro de partido. E sua participação no programa foi discreta. Ele não aparece ao lado do candidato Geraldo Alckmin. Dá apenas um depoimento em apoio à candidatura.

"Eu e o Alckmin participamos da luta do PSDB para modernizar o Brasil. O Alckmin foi governador e obteve grande aprovação à sua gestão", disse Serra. "São exatamente a história do PSDB, o espírito de nosso partido e as qualidades de seu candidato que me levam a apoiá-lo nesta eleição".

Candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção", Alckmin foi o sétimo a aparecer, com 4 minutos e 27 segundos. Além da declaração de apoio de Serra, a estratégia inicial da campanha tucana foi enfatizar a biografia do candidato, com imagens da sua família. A narração apresentou o início da sua trajetória política, à frente da Prefeitura de Pindamonhangaba, até chegar ao governo do Estado.

No primeiro programa de TV, exibido na hora do almoço, a campanha de Alckmin tinha veiculado apenas imagens de arquivo de Serra e do ex-governador Mário Covas, morto em 2001. A propaganda inicial também contou com depoimentos de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB.

Os candidatos à prefeitura da capital paulista começaram nesta quarta (20) o horário eleitoral gratuito. A propaganda foi exibida às 7h e às 12h no rádio, e às 13h e às 20h30 na televisão. Os candidatos que concorrem a uma das 55 vagas na Câmara Municipal de São Paulo iniciaram na terça (19).

Horário eleitoral

A candidata do PT, Marta Suplicy, da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo", voltou a exibir um depoimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na gravação, o presidente, sem pedir votos deliberadamente, disse que "a volta de Marta é o de melhor que pode acontecer" em São Paulo.

Com 6 minutos e 40 segundos de tempo de TV, Marta foi a segunda a aparecer na propaganda eleitoral gratuita, logo após Ciro Moura, candidato do PTC. A ex-ministra disse que tem o "apoio político" necessário para realizar seu programa de governo em São Paulo.

A campanha petista encerrou seu horário eleitoral com música, "com Marta e Lula lá, deixa ela trabalhar", o forró oficial da campanha, numa paródia do jingle utilizado por Lula na sua candidatura à reeleição.

Com o maior tempo entre os 11 candidatos, 8 minutos e 44 segundos, o prefeito Gilberto Kassab (DEM), da chapa "São Paulo no Rumo Certo", também optou por colar a sua imagem a do governador José Serra (PSDB). O programa contou a trajetória política dos dois, desde a vitória nas eleições de 2004. Kassab assumiu a administração paulistana em março de 2006, quando Serra deixou o posto para concorrer ao governo do Estado.

Kassab destacou suas ações como prefeito e sua parceria com o governador Serra. "Os dois acabaram com a Taxa do Lixo que a Marta tinha criado", disse o narrador. Kassab emendou: "Um prefeito não pode relaxar", disse. "Nos últimos dois anos, você não me viu aqui criando taxas".

Já o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) se apresentou novamente como um fazedor de obras. Embalado pelo rap "Esse é o Cara", a propaganda enalteceu a habilidade de Maluf para construir "grandes obras" na cidade. Tudo narrado por um locutor, Maluf não falou nada. "Com Maluf, o dinheiro do povo virou obras que mudaram a cara de São Paulo".

A candidata do PPS à Prefeitura, Soninha Francine, optou por ocupar o 1 minuto e 46 segundos de seu horário eleitoral sem vinhetas e produções, apenas com um depoimento da própria candidata em que ela começou a adiantar suas propostas para a cidade.

Já o programa do candidato do PSOL, Ivan Valente, da coligação "Alternativa de Esquerda para São Paulo" (PSOL-PSTU), teve imagens da ex-senadora Heloisa Helena.

Levy Fidélix (PRTB) ocupou boa parte de seus 54 segundos com a vinheta de entrada "Vem, vem, vem que tem, Levy Fidelix é o homem do Aerotrem", em referência ao principal projeto do candidato, que, segundo ele, vai melhorar o trânsito da cidade.

Ciro Moura (PTC) defendeu a "tolerância zero" contra a corrupção. Renato Reichmann (PMN) disse que irá priorizar a educação como a sua principal bandeira de campanha. Já Edmilson Costa (PCB) propôs a chamada "governança comunista". Anaí Caproni (PCO) repetiu o mote veiculado nas eleições anteriores: "Quem bate cartão não vota em patrão".

Formato

Os candidatos a vereador têm espaço para apresentar as suas propostas às terças, quintas-feiras e sábados, em dois blocos de meia hora cada um. No rádio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30. Na televisão, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h. A propaganda será exibida até o dia 2 de outubro, três dias antes da realização do primeiro turno.

Para prefeito e vice-prefeito, os programas serão transmitidos às segundas, quartas e sextas-feiras, nos mesmos horários reservados aos candidatos a vereador. Não haverá veiculação da propaganda eleitoral gratuita aos domingos.

Além dos blocos, os candidatos a prefeito também possuem 30 minutos diários na forma de inserções de até 60 segundos para divulgar as suas propagandas. As emissoras devem veicular as inserções ao longo da programação, entre as 8h e a meia-noite.

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