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14/08/2008 - 16h30

Líder da bancada do PSDB se recusa a participar da propaganda de Alckmin

Maurício Reimberg
Em São Paulo
A cinco dias do início do horário eleitoral gratuito, o vereador Gilberto Natalini, líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal e candidato à reeleição, decidiu não participar das gravações do seu partido. A propaganda no rádio e na TV começa na próxima terça-feira (19) e termina em 2 de outubro, três dias antes da realização do primeiro turno.

"Estou caminhando de forma solteira na eleição. Espero que eles respeitem a minha decisão", disse Natalini ao UOL. A coordenação da campanha de Alckmin vinha pressionando os vereadores tucanos pró-Kassab. O intuito era fazer com que os dissidentes assumissem um compromisso prévio de pedir votos para o ex-governador na propaganda eleitoral.
  • Jefferson Coppola/Folha Imagem

    Natalini faz campanha "solteira"


    Para Natalini, porém, os alckmistas romperam um acordo ratificado pelo senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB. "Tínhamos combinado que o horário dos vereadores seria coordenado pelos próprios vereadores", justifica. "A coordenação de campanha do Alckmin se apoderou do nosso horário".

    O deputado federal Edson Aparecido, coordenador da campanha de Alckmin, afirma que ainda não recebeu nenhuma posição oficial sobre eventuais desistências de candidatos a vereador. "Isso não reflete o sentimento majoritário do partido", diz. "A sociedade quer a fidelidade partidária. É um erro não gravar".

    Segundo ele, o fato não atrapalha as gravações dos programas, que já estão em "estágio avançado". Ele também refuta a tese defendida por Natalini. "A propaganda é coordenada pela chapa majoritária. Por isso que se chama 'propaganda partidária'", afirma.

    O líder da bancada do PSDB garante que nem o prefeito Gilberto Kassab (DEM) nem Alckmin irão aparecer no seu material de campanha. No entanto, o site oficial de Natalini está preenchido por imagens do candidato em eventos ao lado de Kassab e do governador José Serra (PSDB).

    "Temos uma candidatura do nosso partido disputando com uma candidatura do nosso governo", tenta explicar Natalini. "Avisei em janeiro que chegaríamos a uma situação insustentável. Essa é uma situação que nem o Salvador Dalí (1904-1989, artista espanhol, ícone do surrealismo) conseguiria pintar numa tela".

    Espaço

    Com a atitude de abrir mão do espaço reservado aos vereadores do partido no horário eleitoral, Natalini perde um importante tempo de exposição na campanha. A coligação proporcional formada por PSDB e PHS terá 3m12s.

    Entre os candidatos à prefeitura, Alckmin tem o terceiro maior tempo de rádio e TV (4min27s em cada bloco), atrás dos seus principais adversários, o atual prefeito Gilberto Kassab, do DEM (8min44s), e da ex-ministra Marta Suplicy, do PT (6min40s).

    Os programas para os candidatos a prefeito e vice-prefeito serão transmitidos às segundas, quartas e sextas-feiras, em dois blocos de meia hora cada um. Os candidatos a vereador terão espaço às terças, quintas-feiras e sábados, nos mesmos horários reservados aos prefeitos.

    Fogo amigo

    Até o momento, dois vereadores tucanos (de um total de 12 na capital paulista) resistem em integrar a campanha do ex-governador Geraldo Alckmin: o próprio Gilberto Natalini e Ricardo Teixeira. O UOL apurou que Teixeira deve seguir o exemplo de Natalini. A reportagem entrou em contato com o vereador, mas não obteve retorno até as 16h30.

    Até o lançamento oficial da candidatura própria, em 22 de junho, 11 dos 12 vereadores da bancada do PSDB apoiavam a reeleição de Kassab. Dez deles não compareceram na convenção do partido, que oficializou a candidatura de Alckmin à Prefeitura de São Paulo. O único vereador alckmista desde o início da polêmica é Sebastião Farias.

    O grupo dos tucanos pró-Kassab retirou a chapa que defendia o apoio ao prefeito na véspera da convenção. A lista inicial dos kassabistas, antes do início das desistências, chegou a reunir 424 assinaturas.

    Durante o evento, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), declarou que "todo mundo no PSDB tem a obrigação de apoiar Geraldo Alckmin". Kassab assumiu o executivo municipal em março de 2006, quando o então prefeito Serra abandonou o cargo para disputar o governo estadual.

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