Com o tempo de cerca de cinco minutos na propaganda eleitoral gratuita, que entra no ar em agosto, o PT tenta fechar ainda nesta sexta-feira (27) um acordo com o PTB para convencê-lo a integrar a aliança encabeçada pela pré-candidata petista à prefeitura de Curitiba, Gleisi Hoffmann, mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
O objetivo é fazer com que o PT possa enfrentar os cerca de 12 minutos da coligação comandada pelo atual prefeito da capital Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição.
No quadro de sete candidaturas a prefeito apresentadas até agora em Curitiba, o PTB teria direito a 2m20s, que somados ao tempo petista na propaganda eleitoral representariam 7m20s.
Emissários do PT reuniram-se na quarta (25) com o vice-presidente nacional do PTB, o empresário de Comunicação e dono da CNT Flávio Martinez, para tentar convencer a ele e ao pré-candidato do partido, Fábio Camargo (PTB), a integrar a coligação.
Mesmo se a direção petebista decidir pela aliança com Gleisi Hoffmann, há um outro complicador em jogo. Nesta quinta (26), o diretório municipal do PRTB, partido que indicaria o vice na chapa do PTB, entrou com uma ação na Justiça comum para impedir a homologação da coligação e lançar candidatura própria.
O imbróglio é comandado pelos vereadores Manassés de Oliveira e Mestre Déa, que defendem o apoio do PRTB a Beto Richa.
Deputado estadual, Fábio Camargo acusa secretários ligados a Beto Richa de tentar desestabilizar sua candidatura com o que ele chama de "contra-informação".
A convenção do PTB, marcada para este domingo (29) em uma casa de shows em Curitiba, promete reunir, além de Camargo, também o presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, cassado em 2005 sob a acusação de quebra de decoro pela Câmara dos Deputados, e o senador Romeu Tuma (PTB-SP).
O PSDB descarta qualquer interferência na pré-candidatura de Camargo, mas "reconhece" o direito do PRTB de decidir o seu destino.
A avaliação do comando tucano é a de que Fábio Camargo terá a missão, ao lado do candidato peemedebista Carlos Moreira, de disparar ataques a Richa.
Uma prova, segundo os tucanos, é a de que o marqueteiro Hiram Pessoa de Mello foi contratado para coordenar as duas campanhas - um fato único em campanhas nas capitais. Mello trabalhou na eleição de Beto Richa em 2004, mas foi dispensado ainda no primeiro turno por divergências internas.
O marqueteiro é acusado pelos tucanos de ser o responsável por denunciar o caso da "sogra fantasma" na Assembléia, que provocou a demissão do ex-chefe de gabinete de Richa, Ezequias Moreira.
Sogra fantasmaEm agosto do ano passado, Verônica Durau, sogra do chefe-de-gabinete do prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB), Ezequias Moreira, pediu demissão dos quadros da Assembléia Legislativa do Paraná depois que documentos enviados ao Ministério Público levantaram a suspeita de que ela era funcionária fantasma da Casa desde 2002. Rodrigues seria o dono da conta onde o salário de sua sogra (cerca de R$ 3.400 mil) era depositado.
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