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23/06/2008 - 17h10

Richa diz que trabalha para vencer no primeiro turno e descarta governo em 2010

Marcus Vinicius Gomes
Especial para UOL
Em Curitiba
Filho do ex-governador do Paraná, José Richa (falecido em 2003), o prefeito de Curitiba, Carlos Alberto Richa, o Beto Richa, 42 anos, disputa a reeleição na capital paranaense, em outubro, em um cenário totalmente diferente daquele que acabou por elegê-lo em 2004. Vice-prefeito na gestão de Cassio Taniguchi (2001-2004), Richa foi
  • Franklin de Freitas

    Beto Richa lidera pesquisas

preterido como sucessor natural do prefeito e encarou o pleito na condição de "azarão". Venceu a eleição no segundo turno, desbancando a aliança PT-PMDB negociada pelo governador do Paraná, Roberto Requião.

Quatro anos depois, Richa disputa a reeleição à frente de uma ampla aliança, que reúne PSDB, PDT, PP, DEM e PPS, com a pecha de "imbatível". A única pesquisa registrada este ano no TRE-PR aponta Richa com 62,4% das intenções de votos ante 7,6% da petista Gleisi Hoffmann. Richa diz que trabalha pensando em vencer as eleições no primeiro turno e garante que, se eleito, irá cumprir os quatro anos de mandato, contrariando especulações de que pretenda disputar o governo em 2010. A seguir os principais trechos da entrevista:

A que o senhor atribui a formação de uma frente ampla em torno de sua candidatura à reeleição?

O CANDIDATO

  • NOME: Carlos Alberto Richa (Beto Richa)
  • IDADE: 42
  • PARTIDO: PSDB
  • CARGOS: Atual prefeito (candidato à reeleição), vice-prefeito entre 2001 e 2004; deputado estadual em 1994 e 1998


Beto Richa - A aliança se consolidou graças a um objetivo comum entre o PSDB e os demais partidos, que extrapola as fronteiras dos municípios. Veja o caso do Rubens Bueno (presidente estadual do PPS, que desistiu da candidatura a prefeito para apoiar a reeleição de Richa), por exemplo. Sempre existiu uma boa convivência e uma relação de respeito entre os dois partidos. Em Brasília, quando a Executiva Nacional indicou a aliança com o PSDB em Curitiba, privei de três horas e meia de conversa com o presidente nacional da legenda, Roberto Freire, e fiquei impressionado com suas idéias.

UOL - E é nas idéias que essa coligação se realiza?
Beto Richa - Sem dúvida. O PPS não pediu cargos, o Rubens (Bueno) em nenhum momento reivindicou a vice na chapa. O que ele fez foi me entregar o plano de governo do partido, que nós integraremos ao projeto de administração do PSDB.

UOL - O senhor acredita que essa coligação terá efeito nos demais municípios do Paraná?
Beto Richa - O presidente do diretório regional, o deputado estadual Valdir Rossoni, garante que sim. Ele é do interior e diz que após a definição da coligação, presidentes de diretórios municipais de vários partidos têm ligado para conhecer nossas propostas. O objetivo do PSDB é integrar essa mesma aliança nas 70 maiores cidades do Estado. Eu tenho dito que essa aliança pode servir de modelo nacional para um projeto mais amplo em 2010.

UOL - A aliança com o DEM segue a mesma linha?
Beto Richa - Exatamente. Em Brasília, na mesma ocasião em que me reuni com dirigentes do PPS, também tive a oportunidade de conversar com o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, e o desenho de aliança que se faz para 2010 é exatamente esse.

UOL - Essa "frentona" que se formou em torno do seu nome não pode gerar uma disputa por cargos em caso de vitória nas eleições?
Beto Richa - As conversas até aqui não giraram em torno desse tema. A preocupação é o projeto de governo que nós estamos tentando construir. Agora, eu vejo um lado positivo nessa reunião de partidos em torno de meu nome, que só se verifica, é bom ficar claro, porque a aprovação popular da administração é muito alta. Se eu estivesse morto politicamente, ninguém estaria comigo.

UOL - A aliança capitaneada pelo PSDB deve render quase 13 minutos na propaganda eleitoral. É praticamente metade do total de 30 minutos reservado aos partidos. Como o partido pretende preencher esse tempo?
Beto Richa - O PSDB tem muito a dizer. A propaganda vai girar em torno de nossas propostas, do que foi feito e do que será feito. Evidentemente que nós conhecemos a cidade como ninguém e sabemos muito bem o que é preciso melhorar e o que tem que ser fortalecido.

UOL - O seu favoritismo não pode acarretar uma soberba, um clima de "já ganhou" na campanha.
Beto Richa - A humildade sempre foi uma característica na minha vida pessoal e pública. Não há clima de "já ganhou" porque ninguém, em meu staff, tem coragem de afirmar isso. Sempre trabalhei e sempre vou trabalhar como se a disputa estivesse em 0 a 0.

UOL - O senhor acredita em vitória no primeiro turno?
Beto Richa - Estou trabalhando para isso. Se ela vier, muito bem. Se não vier, o trabalho continuará sendo o mesmo em um eventual segundo turno.

UOL - Em São Paulo, o ex-governador de São Paulo e agora candidato à prefeitura pelo PSDB, Geraldo Alckmin, repetiu gesto de José Serra, em 2004, e registrou em cartório o compromisso de cumprir os quatro anos de mandato, caso seja eleito. O senhor faria o mesmo?
Beto Richa - Eu não preciso assinar um termo. Vou cumprir os quatro anos.

UOL - Isso significa que o senhor não é candidato ao governo do Paraná em 2010?
Beto Richa - Não tenho projeto nesse sentido e afirmo isso com muita tranqüilidade. Eu não seria candidato à reeleição se não houvesse aprovação crescente à minha administração. Não tenho vaidade nem obsessão por cargos. Nunca disputei uma convenção. Sempre fui aclamado. O que significa que a minha candidatura foi antes um desejo do partido ou do grupo político que eu represento.

UOL - O governador Requião deve usar o horário político do PMDB para atacá-lo. Isso o preocupa?
Beto Richa - Minha campanha será propositiva. É o que eu sei fazer. A população curitibana conhece o meu estilo, a minha história e a de minha família, não será qualquer pessoa que apareça de uma hora para outra que irá mudar isso. O que não quer dizer que os ataques não serão respondidos.

UOL - A petista Gleisi Hoffmann é a sua grande adversária?
Beto Richa - Em um primeiro momento sim, é o que dizem as pesquisas. Mas só a campanha dirá.

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