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08/06/2006 - 17h37

TSE pode impedir apoio do PT à reeleição de Braga no Amazonas

Da Redação
Em São Paulo
O impasse sobre a verticalização deve impedir a aliança entre PT e PMDB no Amazonas. Sem um candidato natural ao governo do Estado, o PT negociava uma aliança para a reeleição do governador Eduardo Braga, do PMDB. Mas a nova interpretação da lei sobre a verticalização, que impede que um partido sem candidato a presidente se coligue com um que tem, afasta PMDB e PT no Estado.

Antes da interpretação, adotada na última terça-feira (6/6), a tendência era que o PMDB não tivesse candidatura própria ao Planalto e que fizesse alianças em alguns Estados com o PSDB, do pré-candidato Geraldo Alckmin, ou com o PT de Lula, caso do Amazonas.

Segundo a presidente do diretório do PT do Amazonas, Gilza Batista da Silva, o TSE dificultou as negociações do partido com o PMDB e também com PC do B e PL. "Não dá para mudar a regra depois de o jogo ter começado", afirmou Gilza.

De acordo com a dirigente, o plano do partido é priorizar a reeleição do Lula nas negociações para alianças partidárias. "A reeleição do presidente deve nortear a postura do partido em cada Estado", disse Gilza. No Amazonas, isso significa o apoio à reeleição de Braga, o que poderia incluir até a indicação de um petista como candidato a vice.

No Amazonas, PT e PMDB têm um adversário comum: o senador Arthur Virgílio Neto, líder do PSDB no Senado e um dos mais aguerridos críticos do governo Lula. O senador é o candidato tucano ao governo do Estado.

Gasoduto
A proximidade entre o PT e o PMDB no Estado ficou exposta durante o início das obras do gasoduto Coari-Manaus, em 31 de maio. O governador Eduardo Braga acompanhou o presidente Lula, a quem não poupou elogios em aparições públicas.

"Há mais de 15 anos, o Amazonas não recebia investimentos do governo federal. Em menos de quatro, obtivemos a prorrogação da Zona Franca, o gasoduto, programas sociais como o Bolsa-Família, que beneficia 9,5 mil famílias e o Luz Para Todos, pelo qual outras 21 mil são atendidas", disse Braga.

O presidente Lula foi bastante generoso ao retribuir: "na política, quando fazemos amizade com uma pessoa, estabelecemos uma relação companheira. É isso que tenho com o governador Eduardo Braga, que está fazendo um trabalho extraordinário no Estado do Amazonas".

O governo do Estado informou que o gasoduto será formado por 125 quilômetros de tubulações ao custo de R$ 220 milhões e que receberá R$ 50 milhões entre tributos e royalties.