Sete vereadores acusados de improbidade administrativa são reeleitos em BH
Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
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Divulgação
A Câmara Municipal de BH tem 41 cadeiras; 7 reeleitos são suspeitos de irregularidades
Sete vereadores acusados de improbidade administrativa, dano ao erário e uso irregular de verba pública foram reeleitos neste domingo (2) em Belo Horizonte. Um outro vereador suspeito de irregularidades é candidato a vice-prefeito no segundo turno e outro lançou o nome da mulher como candidata.
Os reeleitos foram:
Arnaldo Godoy (PT) 5.341 votos - 0,45% dos votos válidos
Autair Gomes Pereira (PSC) 6.615 votos - 0,55% dos votos válidos
Pastor Henrique Braga 6.939 votos - 0,58% dos votos válidos
Léo Burguês de Castro (PSL) 3.519 votos- 0,29% dos votos válidos
Preto (DEM) 5.305 votos - 0,44% dos votos válidos
Reinaldo Preto do Sacolão (PMDB) 5.492 votos - 0,46% dos votos válidos
Wellington Magalhães (PTN) 13.191 votos - 1,10% dos votos válidos
O vereador Valdivino Pereira de Aquino (PSB) lançou o nome da mulher, Nely do Valdivino (PMN), que teve 4.765 votos (0,40% do total).
Juntos, eles somaram 4,27% dos votos válidos. A Câmara Municipal de Belo Horizonte tem 41 cadeiras.
O vereador Ronaldo Gontijo (PPS) é candidato a vice na eleição de segundo turno em Belo Horizonte na chapa encabeçada pelo candidato João Leite (PSDB).
Durante a campanha, a reportagem do UOL entrou em contato com os parlamentares. O vereador Arnaldo Godoy (PT) afirmou que, por duas vezes, o MP (Ministério Público) acusou a Câmara Municipal de mau uso da verba indenizatória, de R$ 180 mil por ano, mas "fracassou". Assim, individualizou os processos contra os vereadores.
"Em 2011, o MP resolveu acionar individualmente os 41 vereadores daquela legislatura (de 2009 a 2012)", afirmou o vereador. "O processo continua correndo, mas estou tranquilo. No meu caso, ganhei o mérito de causa, na primeira e na segunda instâncias. Mas o MP ainda pode recorrer."
O vereador Preto (DEM), por sua vez, informou que o processo em que é acusado por improbidade e dano ao erário voltou à estaca zero, após recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ou seja, o processo vai ser julgado na 2ª Vara da Fazenda Municipal, órgão de primeira instância do Judiciário.
"Na legislatura passada, gastava menos de 20% da verba indenizatória, algo em torno de R$ 3.000 por mês [a verba mensal é de R$ 15 mil]. Mesmo assim, fui envolvido na ação proposta pelo Ministério Público que pegou toda a Câmara", disse Preto.
"Desde que foi feito o questionamento pelo MP, deixei de utilizar a verba de gabinete. Há quase dois anos não uso um centavo", afirmou o vereador.
Ainda durante a campanha, o UOL não conseguiu contato com a assessoria do vereador Reinaldo Preto do Sacolão (PMDB).
Por telefone e e-mail, o UOL também entrou em contato com os vereadores Autair Gomes Pereira (PSC), Henrique Braga (PSDB), Léo Burguês (PSL) e Wellington Magalhães, atual presidente da Casa, mas não obteve retorno.
Também acusado de improbidade administrativa, dano ao erário e uso irregular de verba pública, o vereador Ronaldo Gontijo PPS, candidato a vice prefeito no segundo turno, foi procurado mas não retornou.
Por fim, o vereador Valdivino Pereira de Aquino (PSB) e a mulher, a vereadora eleita Nely do Valdivino (PMN), foram procurados para comentar as ações, por duas vezes, nesta terça-feira (4). A assessoria de Aquino informou, porém, que eles não foram localizados para comentar as ações.
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