BH: abstenções, brancos e nulos superam votos dos 2 candidatos à prefeitura

Do UOL, em São Paulo

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    João Leite (PSDB), à esquerda, e Alexandre Kalil (PHS), à direita, duelam no 2º turno

    João Leite (PSDB), à esquerda, e Alexandre Kalil (PHS), à direita, duelam no 2º turno

Os dois candidatos que disputarão o segundo turno em Belo Horizonte (MG) tiveram menos votos juntos que o total de abstenções, nulos e brancos.

Nas eleições deste domingo (2), João Leite (PSDB) obteve a preferência de 395.952 eleitores e Alexandre Kalil (PHS), de 314.845. Isso dá um total de 710.797 votos. Porém, um número maior de eleitores não votou em ninguém: foram 741.915 abstenções, votos nulos ou em branco.

Situação semelhante aconteceu em outras oito capitais brasileiras, onde a soma de votos brancos, nulos e abstenções "venceria" 1º turno. 

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Sucesso que veio do futebol

Com 100% das urnas apuradas, João Leite obteve 33,4% dos votos válidos e Alexandre Kalil, 26,56%. 

O segundo turno, que acontece em 30 de outubro, terá uma disputa entre os dois candidatos cujas carreiras políticas foram projetadas pela atuação profissional no futebol.

O tucano João Leite foi goleiro do Atlético-MG nas décadas de 1970 e 1980. Até hoje é o atleta que mais vezes atuou defendendo a equipe mineira, com 684 partidas. Ele foi campeão mineiro 11 vezes e vice-campeão brasileiro em 1977 e 1980, sendo também convocado para a seleção brasileira em diversas ocasiões.

Aposentado no futebol, João Leite passou a se dedicar à política e acumula seis mandatos deputado estadual de Minas Gerais. Ele também foi vereador da capital mineira.

Já Alexandre Kalil foi presidente do Atlético-MG de 2008 a 2014. Durante sua gestão, o clube contratou Ronaldinho Gaúcho e foi campeão da Copa Libertadores da América, em 2013, considerado o maior título da história do time mineiro.

No ano seguinte ela também esteve a frente da conquista da Copa do Brasil pelo clube mineiro.Em 2014, Kalil chegou a registrar-se como candidato pelo PSB a deputado federal, mas desistiu do pleito após a morte de Eduardo Campos, que disputava a presidência da República pelo mesmo partido.

Alianças incomodam

Os dois candidatos que avançaram para o segundo turno fizeram pronunciamentos destacando o feito de suas campanhas, mas não conseguiram driblar o incômodo ao falar de aliança, aliados e possíveis apoios na próxima fase da eleição.

Perguntado se pretende conversar com partidos dos candidatos derrotados nas urnas, ele desconversou. "Já temos alianças com as pessoas, costuradas nos lugares que visitei. Minha principal aliança é com os pobres", disse João Leite.

Kalil comemorou que agora terá o mesmo tempo de televisão que seu adversário e rechaçou alianças. Mais cedo, ao votar, o candidato já havia sido questionado se pretendia buscar o apoio do governador Fernando Pimentel para o segundo turno. "Não espero apoio do governador. Eu não tenho cacique e não quero cacique nenhum. Não quis no primeiro turno e não quero no segundo, no terceiro ou no quarto turno."

Ele disse que sua ida ao segundo turno é "absolutamente impressionante" e destacou que disputou contra "dois senadores, um prefeito e um governador". A fala foi uma referência indireta ao fato de que os senadores tucanos Aécio Neves e Antônio Anastasia apoiaram João Leite --o atual prefeito da capital mineira Márcio Lacerda (PSB) apoiou Délio Malheiros (PSD), e o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), apoiou Reginaldo Lopes (PT).

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