O presidente do PMDB-SP e deputado estadual, Baleia Rossi, relacionou a queda repentina nas pesquisas do empresário Paulo Skaf (PMDB), candidato ao governo de São Paulo, com a maior exposição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição.

"É normal essa oscilação. A campanha não está na rua, o Paulo [Skaf] é pouco conhecido, não tem visibilidade. É natural que o governador, que sempre está na mídia e tem uma exposição muito maior, esteja bem a frente das pesquisas. Ele tem um nível de conhecimento quase que total. Quanto ao Paulo, menos de 50% dos eleitores o conhecem", afirmou Rossi ao UOL.

Na última pesquisa sobre o cenário em São Paulo, feita pelo Ibope e divulgada na quarta-feira (30), Skaf apareceu com 11% das intenções de voto, contra 50% de Alckmin e 5% de Alexandre Padilha (PT) --a margem de erro é de três pontos percentuais.

Dois meses antes, em pesquisa feita pelo Datafolha no início de junho, Skaf tinha 21%, Alckmin 44% e Padilha, 3%. Esta mesma pesquisa ainda considerou um cenário com Gilberto Kassab (PSD), que apareceu com 5% das intenções. O ex-prefeito, no entanto, desistiu da candidatura ao governo e disputará uma vaga ao Senado na chapa com Skaf.

Kassab e Maluf

Os votos de Kassab não migraram para Skaf. Na primeira pesquisa após o ex-prefeito escolher a disputa pelo Senado, realizada pelo Datafolha em 17 de julho, o candidato do PMDB ao governo já havia caído para 16%, contra 54% de Alckmin e 4% de Padilha.

O desempenho de Skaf na pesquisa de junho fez com que o candidato atraísse não só o PSD de Kassab, mas o PP do deputado federal Paulo Maluf, que, em decisão surpreendente, desistiu de apoiar a candidatura de Padilha. Por conta dos apoios, Skaf terá o maior tempo de TV entre os candidatos.

Além da aproximação de Kassab e Maluf, a queda de Skaf nas pesquisas ocorre no momento que o candidato tenta descolar sua imagem do PT, que tem grande rejeição em São Paulo. Nesta semana, os sites de campanha de Skaf divulgaram um vídeo em que ele diz ser adversário do PT e do PSDB.

A peça foi mal vista por lideranças do PMDB e do PT, visto que as duas siglas são aliadas no plano nacional. O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, vice-presidente da República e candidato à reeleição na chapa com Dilma Rousseff, telefonou para Skaf com o objetivo de "enquadrá-lo" e evitar novos desencontros.

"Não estamos surpresos. Ainda não tivemos a oportunidade de ir para rua, colocar as ideias, conversar com as pessoas. Optamos por começar a campanha tardiamente. A partir de meados de agosto, quando a campanha começar, ele vai crescer", disse Baleia Rossi.