Rodrigo Neves (PT) foi eleito no segundo turno das eleições municipais em Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro. Impulsionado por diversas forças políticas, entre as quais a presidente da República, Dilma Rousseff, o petista derrotou nas urnas o candidato Felipe Peixoto (PDT), que contava com o apoio do prefeito em fim de mandato, Jorge Roberto Silveira (PDT).

Após ser eleito deputado estadual, Neves foi escolhido, em 2011, para exercer o cargo de secretário estadual de Assistência Social no decorrer da gestão do governador Sérgio Cabral (PMDB), que está em segundo mandato à frente do Executivo fluminense.

A vitória do representante da coligação "Vamos, Niterói" agrega ainda mais força à aliança entre PT e PMDB no Estado, e estreita os laços entre a cidade com a segunda menor incidência de pobreza no Rio (12%, atrás apenas de Volta Redonda) e a capital fluminense --que será palco de eventos como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.

Depois de se reeleger com votação recorde, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), declarou apoio a Neves através de um documento chamado "Pacto Niterói-Rio", no qual ambos se comprometem a trabalhar em parceria com foco em grandes investimentos nas áreas de mobilidade urbana, segurança pública, saúde, desenvolvimento econômico e meio ambiente.

Em sua campanha, Paes usou a mesma estratégia: enaltecer a união de forças políticas em prol da gestão municipal. Além das lideranças do PMDB, Neves também contou com o apoio do concorrente do PSD à Prefeitura de Niterói, Sérgio Zveiter --que ficou em quarto lugar no primeiro turno com 8,80% (23.664 votos válidos)--, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O candidato petista confirmou, no dia 7 de outubro, o resultado previsto pelas pesquisas e liderou a disputa com 39,35% (105.829 votos válidos). Peixoto teve 32,96% (88.660 votos) e o pleiteante do PSOL, Flávio Serafini, conseguiu 18,40% (49.490 votos).

Trânsito

Durante a campanha, o principal foco de Neves em relação ao seu programa de governo foi a questão do trânsito. Uma das promessas do novo prefeito de Niterói é a de finalizar as obras do mergulhão da avenida Marquês de Paraná, no centro da cidade.

"Vamos reabrir a emergência pediátrica do Hospital Getulinho, rever as obras do mergulhão, e revitalizar o Centro de Niterói. Nossa ideia é criar um legado olímpico e valorizar aquela região, que está abandonada. Com o apoio de Dilma e Cabral, vamos transformar Niterói e inaugurar um novo ciclo na história da nossa cidade", afirmou o petista durante evento de campanha.

Na enquete "Avalie sua cidade", do UOL Eleições, mais de 38% dos internautas de Niterói apontaram o trânsito como o maior problema da cidade até a última sexta-feira (26), seguido pela corrupção. A nota média da cidade foi de 1,4 (a média atribuída ao país foi de 4,4).

Neves também investiu em propostas relacionadas à segurança pública, tema este que gerou muitas críticas à gestão de seu antecessor, Jorge Roberto Silveira (PDT). O petista afirmou durante a campanha que pretende integrar a Polícia Militar e a Guarda Municipal, a fim de participar de forma mais ativa no combate à violência.

A cidade

Com um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 10,8 bilhões, Niterói é a 41ª maior economia municipal do Brasil e a quarta do Estado.

Apesar da baixa incidência de pobreza, a cidade enfrenta problemas comuns a municípios fluminenses, como a favelização e as moradias em áreas de risco. Em abril de 2010, chuvas deixaram dezenas de mortos e desabrigados, por causa de deslizamentos de encostas.