Detentor de 40,42% dos votos em Natal no primeiro turno e líder nas pesquisas de opinião no 2º turno, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) tem, neste domingo (28), nova chance de retornar à prefeitura da capital potiguar.

Seu adversário nas nas urnas é o deputado Hermano Morais (PMDB), candidato que tem a missão de recolocar o PMDB à frente da administração municipal de Natal após mais de 20 anos. Hermano obteve 23,01% dos votos na primeira etapa da eleição.

Um dos principais trunfos que garantiram o favoritismo do pedetista foi o apoio do PT de Fernando Mineiro, terceiro colocado no primeiro turno na capital potiguar, com 22,63% dos votos --a diferença para o candidato do PMDB foi de apenas 1.465 votos

Carlos Eduardo também tem a seu favor o fato de ser o único dos dois candidatos que já foi prefeito --ele governou Natal entre 2002 a 2008. De acordo com uma pesquisa Ibope divulgada em setembro último, sua experiência à frente da capital potiguar tem sido a principal justificativa de voto de seus eleitores.

Mas a passagem pela Prefeitura de Natal também traz o maior revés para o pedetista --a ligação de Carlos Eduardo com a atual prefeita de Natal, Micarla de Souza (PV), cuja rejeição é tão grande que provocou a desistência de uma possível tentativa de reeleição.

Isso porque Micarla é considerada uma criação do pedetista, já que sua entrada na política aconteceu quando tornou-se vice-prefeita de Carlos Eduardo com a eleição conquistada em 2004. Apesar disso, Carlos Eduardo se coloca como opositor de Micarla.

Estratégia de Hermano é colocar pedetista como "candidato da Micarla"

A ligação do pedetista com Micarla é uma das principais bandeiras de Hermano Morais. Durante toda a sua campanha, ele criticou a prefeita e empurrou o título de “candidato da Micarla ” para seu opositor, tentando adotar uma estratégia muito conhecida nas campanhas Brasil afora, a de se colocar como "o novo" para Natal.

Hermano foi vereador em quatro mandatos, cumpre o primeiro mandato como deputado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e se coloca como “o novo” para Natal.

O peemedebista tem a seu lado Rogério Marinho, candidato do PSDB no primeiro turno, que garantiu 10,16% dos votos na capital potiguar. Durante a campanha, a estratégia de Hermano foi mostrar Carlos Eduardo como “o candidato das obras inacabadas”, apresentando em seus programas eleitorais, um verdadeiro “dossiê” contra o ex-prefeito e sua vice Wilma de Faria.

Pedetista enfrenta problemas com a Lei da Ficha Limpa

Outra frente de problemas para Carlos Eduardo é a reprovação das contas da Prefeitura de Natal em 2008, durante sua gestão, por parte da Câmara Municipal da capital potiguar.

Desse modo, com a primeira eleição disputada já com Lei da Ficha Limpa em vigor, a candidatura de Carlos Eduardo enfrentou percalços desde o início, conseguindo liminar do TRE-RN (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte) para se candidatar.

Durante a disputa do segundo turno, por três semanas seguidas, o Tribunal de Justiça adiou o julgamento do recurso que pode desvalidar ou confirmar a reprovação das contas do ex-prefeito.

Caso seja eleito e o Tribunal de Justiça decidir pela cassação da liminar que mantém sua candidatura, Carlos Eduardo terá que apelar para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, eventualmente, para o STF (Supremo Tribunal Federal), para ter sua eleição confirmada.

Mais informações sobre as eleições em Natal