Haddad diz que não gosta da maneira que Serra faz política; alianças serão definidas amanhã

Julianna Granjeia

Do UOL, em São Paulo

  • Leandro Moraes/UOL

    Haddad comemora sua ida ao segundo turno das eleições durante entrevista coletiva em São Paulo

    Haddad comemora sua ida ao segundo turno das eleições durante entrevista coletiva em São Paulo

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que não gosta da maneira que seu adversário de segundo turno, José Serra (PSDB), faz política.

"O candidato Serra tem uma maneira própria de fazer política que eu não concordo. Eu gostaria de fazer um segundo turno de discussão de debate de ideias, de propostas, e é isso que eu vou propor desde o começo", afirmou o petista em coletiva de imprensa após a definição do quadro para o segundo turno.

Antes do início da coletiva, em um hotel da zona sul de São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, havia afirmado que espera que o PSDB não repita o "jogo baixo" da eleição presidencial de 2010, quando a presidente Dilma Rousseff disputou o segundo turno com o agora candidato à Prefeitura de Sao Paulo, José Serra.

"Acho que, na política, quando alguém vem com rasteira, e você mostra dignidade no comportamento, a rasteira não surte efeito. De jogo baixo, já foi o tempo na política. Ganhar na rasteira, já foi o tempo", disse Cardozo.

O ministro também afirmou que o embate entre PSDB e PT era desejado pelos petistas.

"Não sei se é o melhor cenário, mas é um excelente cenário. Temos condições totais de derrotar o Serra. No fundinho, acho que é o que todo petista queria", afirmou.

A estratégia da campanha petista para o segundo turno será definida na segunda-feira (8) em reunião com dirigentes do partido.

"Vamos aguardar reunião da coordenação da campanha amanhã. Nós deixamos clara a nossa política de alianças desde o final do ano passado. Nós buscaríamos o apoio de todos os partidos da base aliada do governo Dilma. Então sem nenhum veto, nenhuma restrição, nós entendemos que, se os partidos apoiam o projeto nacional e se nós queremos que esse projeto nacional tenha uma expressão forte em São Paulo, buscaremos o apoio desses partidos", disse.

Entre os possíveis novos aliados no segundo turno estão o PRB de Celso Russomanno, o PMDB de Gabriel Chalita e o PDT de Paulinho da Força.

"Temos agora uma nova etapa, de ampliação das alianças. Queremos estabelecer um contato maior com os partidos da base que não fizeram parte do nosso projeto no primeiro turno. Temos um contato muito fraternal com o PDT, o PMDB, o PRB, e vamos fortalecer essa visão de ampliação do nosso arco de alianças para governar bem", disse Haddad.

O petista destacou a vontade de mudança mostrada na sua proposta de governo e percebida por ele em outras candidaturas. "Esse desejo de mudança está em um documento e trará melhora qualidade de vida ao morador [de São Paulo]", disse, "Senti que há um sentimento comum em muitas candidaturas de que há a necessidade da mudança".

Com voz embargada, o candidato contou ter recebido dois telefonemas que o deixaram emocionado: da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Recebi dois telefonemas que me emocionaram, da presidenta Dilma, do presidente Lula, pessoas que promoveram a minha candidatura e nos ajudaram a consolidar uma plataforma para a cidade de São Paulo que esteja à altura do Brasil e do mundo”, afirmou Haddad.

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