Haddad defende políticas públicas nas escolas em favor dos gays
Gil Alessi
Do UOL, em São Paulo
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (6) políticas públicas em favor de gays em escolas. Segundo Haddad, é preciso "dialogar" com a rede de ensino para "promoção do respeito da diversidade nas escolas".
A declaração foi feita em visita à Associação da Parada do Orgulho GLBT, que organiza a Parada Gay, marcada para domingo (10), na Avenida Paulista, em São Paulo.
Haddad, quando ministro da Educação, em maio de 2011, foi criticado por conta do kit anti-homofobia, que ficou conhecido como kit gay, material que era preparado pela pasta e seria distribuído para alunos do ensino médio.
Na época, a presidente Dilma Rousseff determinou a suspensão da produção e distribuição do kit em planejamento no Ministério da Educação, e definiu que todo material do governo que se refira a "costumes" passe por uma consulta os setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.
"Não vejo contradição entre liberdade religiosa e a defesa de outros direitos civis. Essa é uma marca de países desenvolvidos", disse Haddad nesta quarta-feira (6).
Na visita, Haddad avisou aos organizadores da Parada Gay que não vai ao evento, por conta de compromissos familiares.
"É a primeira vez na história da associação que um candidato nos procura para conhecer a nossa sede", afirmou Leandro Rodrigues, da organização da Parada Gay.
'Oportunismo'
Haddad já havia afirmado, em entrevista no dia 31 de maio, que usar temas como o "kit gay" e religião para atacar rivais e conseguir votos é oportunismo de alguns políticos na disputa municipal deste ano.
"Lamento o uso oportunista de alguns temas. Nunca vou utilizar uma polêmica alheia às questões municipais ou a religião para tentar ganhar votos", disse o pré-candidato durante sabatina promovida pelo "R7" em parceira com a "Record News".
Recife
Haddad não comentou a decisão da Executiva Nacional desta terça-feira (5) de impor o nome do senador Humberto Costa como candidato no Recife, em detrimento ao atual prefeito João da Costa.
"Sempre me coloquei à disposição para discutir questões no nosso Estado e prefiro não opinar a respeito de decisões do partido no âmbito nacional e em outros Estados."
Acusações do PSDB
Haddad aproveitou para rebater as acusações feitas nesta quarta-feira (6) pelo presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, que o responsabilizou pela greve nas universidades. Ele disse estar afastado do MEC há cinco meses e criticou a atual gestão da educação municipal.
"Eu me solidarizo com os 20% de estudantes que ainda não receberam uniforme escolar em São Paulo, e com os que estão sem material didático", afirmou. "O PSDB deveria estar preocupado com a situação da educação em São Paulo, que é grave."