Lula critica "ódio" e diz que manifestantes pedirão desculpas a ele e Dilma

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Vicente do Sul (RS)

Em seu terceiro dia de viagem pela região Sul, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi mais uma vez recebido com protestos, desta vez por moradores de São Vicente do Sul (RS). Ao discursar na cidade nesta quarta-feira (21), o petista criticou o "ódio" de opositores e disse que eles ainda vão "pedir desculpas".

Dirigindo-se à ex-presidente Dilma Rousseff, que tem acompanhado a caravana, Lula afirmou que quando quem protesta contra o PT pensar no que conquistou durante os governos do partido, "vão mandar um e-mail para nós pedindo desculpas por tanta grosseria e falta de respeito."

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O petista discursou durante visita ao campus do Instituto Federal Farroupilha, criado em seu governo, e negou que sua caravana seja uma forma de fazer campanha eleitoral.

"Eu fico me perguntando por que esse ódio? Vocês acham que estamos fazendo caravana eleitoral? São Vicente do Sul tem 8 mil habitantes. Se fosse eleitoral, eu estava em Pelotas, Caxias do Sul, Porto Alegre", afirmou Lula em um auditório do instituto. "Eu vim aqui porque não é possível governar esse país sem conhecer esse país."

Segundo o ex-presidente, sempre houve "preconceito" com o PT. "O que essa gente hoje tem não é preconceito, é ódio."

Protestos

Do lado de fora, em tratores e caminhões parados na frente do instituto federal, dezenas de opositores de Lula o chamavam de "ladrão", e a frase "Lula ladrão" foi pichada na estrada que dá acesso à cidade a partir de Santa Maria, parada anterior do petista.

Um outdoor enaltecendo o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi colocado na entrada de São Vicente do Sul. A propaganda não mostrava quem pagou por ela. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Lula é o líder em todos os cenários, sempre seguido de Bolsonaro, mas sua candidatura pode ser barrada pela Lei da Ficha Limpa por causa da condenação em segunda instância no caso do tríplex.

Julgamento marcado

Enquanto a manifestação acontecia e Lula discursava, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, marcou o julgamento dos embargos de declaração do processo do tríplex. Após a análise deste recurso, em tese, Lula pode começar a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão, segundo entendimento atual do STF (Supremo Tribunal Federal).

No início da tarde desta quarta-feira (21), o STF marcou para quinta-feira (22) o julgamento do habeas corpus do ex-presidente que pode permitir que Lula responda ao processo em liberdade mesmo com a condenação em segunda instância.

Mantendo o tom de discursos anteriores da caravana, Lula comentou brevemente sua situação na Justiça e voltou a desafiar "o [juiz Sergio] Moro, o MP [Ministério Público], a mostrar que quem está me perseguindo é mais honesto do que eu."

Lula também exaltou as políticas de educação dos governos do PT, como a criação do ProUni, do Fies e a criação de universidades e institutos federais.

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