PT pede reforço estadual e federal para segurança de Lula e Dilma no Sul

Bernardo Barbosa e Gustavo Maia

Do UOL, em Santa Maria (RS) e em Brasília

  • Divulgação/PT

    Morteiros apreendidos pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar que faz a escolta da caravana do ex-presidente Lula em Santa Maria (RS)

    Morteiros apreendidos pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar que faz a escolta da caravana do ex-presidente Lula em Santa Maria (RS)

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse nesta terça-feira (20) em Santa Maria (RS) que pediu a autoridades federais e gaúchas reforço para a segurança da viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo estado, que vai até sexta (23). A ex-presidente Dilma Rousseff também participa do roteiro, que em seus dois primeiros dias foi marcado pela tensão entre manifestantes favoráveis e contrários a Lula.

"Estamos oficiando as autoridades, falamos agora à tarde com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e também com o ministro da Justiça [Torquato Jardim], novamente com o governador do Estado, que disponibilizou policiamento", disse Gleisi.

Apesar disso, a senadora declarou que o partido teme que, por causa do "clima que está sendo criado", o esquema de segurança não seja suficiente "para garantir a integridade física de dois ex-presidentes."

"É muito grave isso, não faz parte do jogo democrático", afirmou.

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A senadora disse ainda que Jungmann informou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-PR), que já estava tomando providências sobre a denúncia do partido e que falaria com o governador gaúcho, José Ivo Sartori (MDB).

Segundo Gleisi, a caravana "pacífica e democrática" de Lula, que vai passar também por Santa Catarina e Paraná, tem sido ameaçada e agredida por "milícias armadas de extrema-direita".

"Não são manifestações políticas divergentes, o que seria normal na ordem democrática. São manifestações de violência e de enfrentamento", afirmou a senadora.

O PT divulgou uma foto de duas caixas de morteiros apreendidas pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar que fazia a escolta da caravana em Santa Maria. Segundo a Brigada Militar, os responsáveis eram militantes contrários a Lula, estavam em um carro particular e foram levados à delegacia local.

No RS, grupos pró e contra Lula protestam na chegada do ex-presidente

Gleisi afirmou ainda que há opositores munidos de "armas de fogo, pedras e soco inglês".

O coordenador da caravana, Márcio Macedo, disse que a viagem vai continuar normalmente.

"Ela vai continuar e nós estamos colocando, e responsabilizando, que a segurança do presidente Lula e da presidenta Dilma é obrigação do governo do Rio Grande do Sul e do governo federal", afirmou Macedo.

Procurado pelo UOL, o ministro Raul Jungmann informou que repassou o pedido de reforço do policiamento na caravana ao secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cézar Schirmer, e determinou que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) atuasse com as forças locais "para evitar confrontos e manter a ordem".

Jungmann disse ter recebido telefonemas dos deputados Paulo Pimenta e Marco Maia, ambos do PT do Rio Grande do Sul, "preocupados com a ocorrência de conflitos e agressões a caravana" do ex-presidente. Ele contou que, em seguida, ligou para Schirmer, que já estava "atento para o problema".

Lula começou sua viagem ontem em Bagé (RS), onde se viu obrigado a discursar a poucos metros de um protesto organizado por ruralistas contra sua presença na cidade. Hoje, em Santa Maria, militantes pró e contra Lula trocaram xingamentos e empurrões enquanto o ex-presidente se reunia com reitores e diretores de instituições federais na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Amanhã, Lula segue para São Borja (RS).

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