Segurança ganha destaque em horário eleitoral para 2º turno em Fortaleza

Renato Sousa

Colaboração para o UOL, em Fortaleza

  • Reprodução/Facebook

    O atual prefeito, Roberto Claudio (PDT), e Capitão Wagner (PR) disputam o 2º turno

    O atual prefeito, Roberto Claudio (PDT), e Capitão Wagner (PR) disputam o 2º turno

O tema da segurança pública ganhou destaque no retorno dos candidatos a prefeito de Fortaleza à TV neste segundo turno. Tanto o candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT) quanto seu adversário, o deputado estadual Capitão Wagner (PR), trataram do tema em seus programas. Com a maior taxa de homicídios entre as capitais no ano de 2014, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a questão do combate ao crime ganhou espaço nos debates.

Segundo o reservista da PM - e que liderou a polêmica greve da categoria em 2012 -, "deixamos de ser a capital do humor para ser a capital da violência". Entre suas principais propostas, está o armamento da Guarda Municipal, proposta que gerou críticas entre os candidatos mas, de acordo com o Datafolha, tem amplo apoio do eleitorado.

Já Roberto Cláudio tenta aposta em uma estratégia diferente. "A prefeitura pode fazer muito pela segurança pública", diz o prefeito, que aposta em iluminação pública e reforma de praças como estratégia de combate ao crime. A maior ênfase na questão da segurança pública por parte do trabalhista já havia sido antecipada por um de seus maiores cabos eleitorais, o ex-governador e pré-candidato à presidência em 2018, Ciro Gomes (PDT).

Eleitorado à esquerda

Na busca pelos eleitores dos candidatos que não foram ao segundo turno - especialmente os 15% que votaram em Luizianne Lins (PT) - os candidatos adotam estratégias diferentes.

O prefeito tenta mostrar-se como um gestor experiente e com muitas obras na periferia. "Estou mais experiente. Conheço a prefeitura e cada bairro de nossa cidade", declarou durante o programa, apresentando realizações de sua gestão.

No discurso após o resultado do 1º turno, ele já dava sinais de que tentaria se apresentar como um candidato à esquerda de Wagner. "Vou combater o exército do medo com o meu exército do amor, da paz e das idealizações, pois eu acredito que só assim teremos uma Fortaleza para chamar de nossa", declarou. Entretanto, a coligação com o DEM, que indicou como candidato a vice o deputado federal Moroni Torgan, pode dificultar a empreitada.

Wagner seguiu tentando suavizar sua imagem de militar - em pesquisa Datafolha, ele foi identificado pelos eleitores como o mais autoritário dos candidatos durante o primeiro turno. O candidato tem se apresentado menos como agente de segurança e mais como professor e especialista no assunto, já que dá aula em cursos preparatórios para a Polícia Militar.

O republicano também tratou de desigualdade, afirmando haver um "muro" que separa a área nobre da área pobre de Fortaleza. O oposicionista chegou a prometer o congelamento de salário do prefeito e dos secretários ao longo de sua gestão, além da extinção de 2.000 cargos comissionados, para tentar conquistar o eleitorado de Heitor Férrer (PSB), terceiro colocado na disputa, com 7% dos votos, e com tradição no discurso de "moralização da política".
 

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