Em 2012, eles estavam juntos. Agora, separados e em lados opostos. Para ser reeleito, o atual prefeito de Fortaleza (CE), Roberto Claudio (PDT), 41, precisa vencer no segundo turno seu atual vice, Gaudêncio Lucena (PMDB), agora candidato a vice em outra chapa --ao lado de Capitão Wagner (PR), 37. 

Com 100% das urnas apuradas, Roberto Claudio obteve 40,81% dos votos válidos, contra 31,15% de Capitão Wagner. 

Contando com a presença constante do ex-presidente Lula em sua campanha, a petista Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza entre 2005 e 2012, foi preterida na disputa, assim como os candidatos Heitor Férrer (PSB), Ronaldo Martins (PRB), João Alfredo (PSOL), Francisco Gonzaga (PSTU) e Tin Gomes (PHS).

Propostas

Claudio é médico sanitarista e teve sua administração bem avaliada nas últimas pesquisas feitas pelo Ibope. Ele tem como candidato a vice o deputado federal Moroni Torgan (DEM). Em sua chapa, além de PDT e DEM, estão reunidos 16 partidos (PP, PEN, PSC, PSDC, PRTB, PTC, PPS, PTN, PPL, PSL, PV, PTB, PSD, Pros, PMB e PCdoB), o que lhe rendeu grande tempo de propaganda eleitoral em TV e rádio.

Ele foi eleito deputado estadual no Ceará em duas eleições seguidas: 2006 e 2010. Foi eleito prefeito em 2012 com 650 mil votos. Na época, pertencia ao PSB e venceu, no segundo turno, Elmano de Freitas (PT). Sua campanha se pauta na continuidade dos projetos e programas do primeiro mandato, como a construção de mais moradias para população de baixa renda pelo "Minha Casa, Minha Vida".

O deputado estadual Wagner Sousa Gomes, conhecido como capitão Wagner, é militar reformado. Sua chapa tem apoio de PR, PMDB, PSDB e Solidariedade. Foi eleito vereador de Fortaleza em 2012 e deputado estadual em 2014. 

Ele levanta o debate sobre segurança pública nesta eleição. Diz que, embora o tema seja de competência do governo do Estado, a prefeitura pode dar sua contribuição por meio da guarda municipal e da instalação de videomonitoramento, por exemplo. 

Segurança pública é principal desafio

O próximo prefeito vai comandar uma cidade de 2,6 milhões de habitantes, com PIB de R$ 49 bilhões, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2013.

A principal preocupação do chefe do Executivo municipal deve ser com relação à segurança pública. A cidade está em primeiro lugar no ranking de capitais com a maior taxa de mortes provocadas por arma de fogo no país. São 81 mortes para cada cem mil habitantes, conforme o Mapa da Violência de 2016. A capital ainda teve de enfrentar uma série de ataques a ônibus e forças de segurança em julho deste ano.

(Com agências de notícias)