Tempo desproporcional de TV ajudou Doria, diz vice-governador de SP

Do UOL, em São Paulo

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), conquistou a prefeitura já no primeiro turno por causa do "tempo desproporcional de TV", afirmou o vice-governador Márcio França (PSB) na manhã desta segunda-feira (3) em entrevista ao UOL.

"Ele tinha um grande ativo, que era o tempo desproporcional de TV", declarou. A coligação de 13 partidos que Doria faz parte teve pouco mais de três minutos, de um total de dez, na propaganda eleitoral em rádio e TV.

Doria recebeu cerca de 3,1 milhões de votos (53,29%); o atual prefeito, Fernando Haddad (PT) teve cerca de 967 mil (16,7%).

Márcio França também creditou a vitória de Doria à "grande chapa de vereadores", que fizeram o boca a boca para o candidato. Questionado pelo blogueiro do UOL Josias de Souza, o vice-governador discordou, no entanto, de que os valores investidos na campanha tenham sido decisivos para sua conquista.

"Acho que o tempo de TV fez muita diferença, o dinheiro, não. A campanha em São Paulo foi muito frágil financeiramente em comparação ao que era", avaliou.

Segundo dados declarados por Doria ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a campanha dele foi a que mais arrecadou, entre os candidatos à prefeitura da capital: R$ 7,3 milhões, valor que inclui a doação que o próprio empresário fez a sua campanha, de R$ 2,9 milhões.

"Para quem tem o padrão dele, equivale a eu doar R$ 3 mil, não é nenhuma extravagância", diz França. Doria declarou quase R$ 180 milhões em bens.

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Eleição de Doria

Doria foi eleito para a Prefeitura de São Paulo logo no primeiro turno, situação inédita na capital paulista desde a redemocratização.

"[Com isso,] o eleitor está dizendo que quer alguém que desburocratize a máquina do Estado, que possa ter pulso para governar. As pessoas estão clamando por eficiência", avalia Márcio França.

O grande apoiador da campanha foi o governador de São Paulo, Gerlado Alckmin. "É mais fácil um grande político virar um grande empresário, do que um grande empresário virar um grande político. Mas nada é impossível, de ele ser um grande político. Ele vai tomar um choque de realidade? Pode ser, mas vai ter ao lado o Alckmin, que tem experiência".

Perguntado sobre o mote que Doria insiste em repetir, de que não é político, mas empresário, administrador, França rebateu: "Ele não é um não-político; ele é um político, tanto que foi eleito".

Sobre as investigações de loteamento por cargos para apoio a Doria, e ações contra ele por abuso de poder político e econômico, França disse: "Ele está passando por uma enxovalhada de ações. (...) É uma eleição hiperjudicializada. Todo mundo aprendeu que: não ganhei? Justiça", diz o vice-governador ao assumir a culpa dos políticos por isso, mas também divide com a população que elege os governantes. Ele afirma também que partidos da coligação dividem cargos, que isso é o normal na política.

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