Dilma e Lula vão a PE para contrabalançar apoio de família Campos a Aécio

Jeferson Ribeiro

Em Brasília

  • Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irão juntos na próxima semana a Pernambuco, Estado que já foi amplamente simpático ao PT, mas que após a morte de Eduardo Campos (PSB) virou o único no Nordeste a não dar vitória à petista no primeiro turno.

A decisão da família Campos de apoiar Aécio Neves (PSDB) é incompreensível para Dilma e Lula. Eles não entendem porque passaram de amigos pessoais para a classe dos piores adversários políticos. No fim de semana, a viúva Renata e familiares declararam apoio ao adversário da petista na eleição.

Uma fonte da campanha petista disse à Reuters, sob condição de anonimato, que a presidente mantinha laços de amizade pessoal com Renata, mas que durante a disputa eleitoral e, principalmente, após a morte do ex-aliado político eles se desfizeram, surpreendendo Dilma.

A viagem de Dilma e Lula a Pernambuco, Estado onde o ex-presidente nasceu, está prevista para terça-feira (21), quando devem ocorrer atividades em Recife e outra cidade ainda a ser definida. Segundo a fonte, a viagem foi cercada de cuidados e receio, porque o clima com a família Campos é muito ruim.

"O Lula ligou duas vezes para a Renata depois do primeiro turno e não sentiu um clima favorável", disse a fonte.

Em Recife, surgiram até movimentos como "O PT matou Eduardo". Campos, que foi aliado do PT e ministro no governo Lula, decidiu no ano passado deixar a base governista e investir em uma candidatura ao Palácio do Planalto.

É nesse ambiente hostil que Dilma e Lula vão ao Estado para conquistar parte dos 2,3 milhões de eleitores da terceira colocada no primeiro turno, Marina Silva, que assumiu a cabeça de chapa do PSB no lugar de Campos após sua morte.

No segundo turno, Renata articulou junto com os socialistas de Pernambuco a posição formal do PSB a favor do candidato tucano, que depois o recebeu em Recife. Aécio e Eduardo também eram amigos pessoais. Mas Lula tratava Campos como seu filho na política.

Campanha presidencial 2014
Campanha presidencial 2014

Sudeste

Além da agenda em Pernambuco, Dilma deve priorizar nos próximos dias a conquista do eleitorado do Sudeste.

Primeiro, porém, ela cumpre agendas no Paraná e em Santa Catarina, na sexta-feira (18), onde deve participar de um comício com o governador reeleito Raimundo Colombo (PSD).

No sábado (19), Dilma fará atos políticos no Rio de Janeiro. Uma agenda com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que disputa o segundo turno, e outra com seu adversário, o senador Marcelo Crivella (PRB).

Os dois candidatos apoiam oficialmente a candidatura da petista. No partido de Pezão, no entanto, dissidentes do PMDB fundaram o movimento Aezão, de apoio ao tucano.

No domingo (20), a presidente deve permanecer em São Paulo, onde participa à noite do debate da TV Record. No dia seguinte, Dilma cumpre agenda política em São Paulo, local onda está concentrada a maior rejeição ao PT e ao seu governo.

A petista deve encerrar a campanha com um comício no Rio de Janeiro, no dia 22 ou 23. A campanha ainda está definindo a data, mas a previsão é que os candidatos ao governo fluminense não vão participar do ato.

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