Aécio acusa Correios de não enviarem correspondência de sua campanha em MG

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, acusou nesta quarta-feira os Correios de cometerem crime e não enviarem em Minas Gerais correspondência de candidatos do partido.

Na véspera, reportagem veiculada no site do jornal O Estado de S.Paulo apresentou trecho gravado de reunião com a presença do presidente dos Correios, na qual o deputado estadual mineiro petista Durval Ângelo dizia que a presidente Dilma Rousseff (PT) só chegou aos 40 por cento das intenções de votos em Minas Gerais porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios".

"É absolutamente grave, estarrecedor o que nós estamos assistindo nessa campanha, agora no meu Estado, Minas Gerais", disse Aécio a jornalistas em Mogi das Cruzes (SP).

"Recebemos denúncias nessas últimas 24 horas de que os Correios em Minas Gerais, durante toda a campanha, não cumpriram com a sua responsabilidade", acrescentou. "Cometeram um crime e não enviaram as correspondências da nossa campanha, seja do nosso candidato (a governador) Pimenta da Veiga, seja da nossa candidatura presidencial."

Na véspera, os Correios negaram em nota envolvimento institucional com a campanha de candidatos, ressaltando que a atuação de funcionários fora do expediente é de responsabilidade dos próprios funcionários.

"As alusões feitas na matéria (do jornal) sobre participação de pessoas ligadas aos Correios em atividades político-partidárias jamais podem ser entendidas como atuação da empresa. A participação de algum profissional, como cidadão, nessa ou em outra atividade, fora do âmbito dos Correios e fora do seu expediente de trabalho, diz respeito à pessoa e não à empresa", disse a nota.

Sobre as acusações de Aécio, os Correios divulgaram uma nova nota nesta quarta-feira afirmando que "a entrega de material de campanha de todos os candidatos está sendo realizada dentro do cronograma previsto e amplamente divulgado".

"Em agosto e setembro, os Correios realizaram a entrega de mais de 11,2 milhões de itens referentes à campanha de Aécio Neves, sem qualquer reclamação do cliente", acrescentou a nota.

Aécio prometeu acionar a Justiça e responsabilizar criminalmente o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o presidente do Correios, Wagner Pinheiro, e outros funcionários da empresa.

"Estamos entrando na Justiça, responsabilizando criminalmente desde o ministro responsável pela área --o ministro das Comunicações-- como o presidente dos Correios e os superintendentes que participaram desse crime", disse o tucano.

Em Brasília, questionada sobre as denúncias envolvendo os Correios, Dilma se limitou a devolver a pergunta aos jornalistas.

"Agora eu vou fazer a pergunta a vocês... vocês acreditam nisso? Gente, nós estamos vivendo um momento eleitoral, que fica uma situação um pouco nervosa, isso é um absurdo."

 

PESQUISAS

Aécio também aproveitou a conversa com os jornalistas para comemorar os resultados das últimas pesquisas, que mostraram uma redução na vantagem que a segunda colocada na corrida presidencial, Marina Silva (PSB), tem sobre ele.

"A nossa candidatura é a única que cresce em todas as regiões do país e tem crescido de forma muito sólida", disse.

Apesar de ainda aparecer em terceiro lugar e de simulações de segundo turno mostrarem derrota dele para Dilma, Aécio disse que sua candidatura é a que "tem as melhores condições de vencer o PT no segundo turno... e a população brasileira já vai percebendo isso e percebendo isso de forma muito clara".

(Por Vinicius Cherobino e Alexandre Caverni)

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