Após procuradoria pedir suspensão, Dilma defende propaganda sobre BC

De Brasília

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, defendeu nesta terça-feira a peça publicitária da campanha que critica a proposta de independência formal do Banco Central da candidata do PSB, Marina Silva, depois que o Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu a suspensão da veiculação da propaganda por considerá-la incompatível com a legislação.

"Nós não temos nenhuma propaganda sobre a autonomia do BC, temos sobre a independência do BC", disse a presidente ao ser questionada sobre a recomendação da PGE. A peça diz que a independência do Banco Central dará mais poder ao sistema financeiro, retirando atribuições do governo e ameaçando o emprego dos brasileiros.

A PGE emitiu parecer depois que a campanha da Marina pediu a suspensão da divulgação da propaganda e direito de resposta no programa eleitoral obrigatório de Dilma.

O parecer da PGE nega o pedido de direito de resposta à candidatura do PSB, porque considera "não haver conteúdo sabidamente inverídico". Mas pede a suspensão da publicidade irregular por "entender que tem aptidão de criar, artificialmente, estados mentais, emocionais ou passionais no público".

Mais cedo, após o parecer da Procuradoria, Marina disse que está sendo alvo de "marketing selvagem" dos adversários.

Ao ser questionada se sua campanha podia ser acusada de marketing selvagem, Dilma negou e disse que as opiniões devem ser respeitadas.

"Não acho (que fazemos marketing selvagem). Eu acho que pode ser que as pessoas não gostem do que nós falamos. Agora, é uma opinião. E crime de opinião é algo ultrapassado no Brasil", argumentou a petista, dizendo ainda que já foi presa por crime de opinião.

"E sei perfeitamente que na democracia a opinião é algo que deve ser acolhido", disse Dilma.

A presidente também evitou entrar em conflito com a PGE.

Questionada se o procurador estava errando ao pedir a suspensão da veiculação da propaganda, ela disse que "cada um tem direito de fazer a sua parte".

"Isso também é democrático, um procurador acha isso e outro acha aquilo", respondeu.

"O que estou dizendo é que nós estamos externando uma opinião e essa opinião tem que ser respeitada", argumentou.

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